Investigação da associação entre expressão gênica, estresse oxidativo, parâmetros de imunosenescência e a patogênese da Hanseníase em idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Pedro Henrique Lopes da
Orientador(a): Esquenazi, Danuza de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49366
Resumo: A hanseníase é uma doença crônica infecciosa e negligenciada que permanece endêmica em muitos países em desenvolvimento, onde cerca de 200.000 novos casos são notificados anualmente. Neste sentido, a hanseníase multibacilar (MB), que engloba as formas clínicas responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão da doença, tem sido detectada em taxas cada vez maiores entre os idosos brasileiros. Parte do declínio da função fisiológica durante o envelhecimento é devido ao aumento do dano oxidativo e às mudanças nas subpopulações de linfócitos T, característica do processo de imunosenescência, relacionado ao aumento da suscetibilidade às doenças infecciosas, autoimunes e câncer. O objetivo deste estudo foi investigar possíveis alterações, relacionadas à idade, da resposta imune dos pacientes idosos com hanseníase, bem como verificar se estes pacientes apresentavam maior dano oxidativo, e, como esses aspectos poderiam influenciar na patogênese da doença. Desta forma, foram incluídos neste estudo 87 indivíduos, 62 pacientes com hanseníase, recém- diagnosticados e não tratados, distribuídos de acordo com a faixa etária e as formas clínicas da doença, além de 25 voluntários não-hansenianos. Amostras de sangue periférico e lesão de pele dos pacientes foram coletadas para as análises pertinentes. Os resultados dessas análises mostraram que a concentração sérica de proteínas carboniladas foi significativamente maior em pacientes idosos em comparação aos pacientes jovens. Um ano após a alta da poliquimioterapia (PQT) e durante o processo de eliminação do Mycobacterium leprae, o dano oxidativo aumentou em pacientes MB jovens, mas não em idosos MB. Os pacientes paucibacilares (PB) e MB idosos apresentaram maior quantidade de 4-HNE em lesões cutâneas do que os pacientes jovens, principalmente ao redor e no interior dos linfócitos T CD8+ de memória. Além disso, jovens MB demonstraram maior capacidade de neutralizar espécies reativas de oxigênio (EROs) em comparação aos pacientes idosos MB, que apresentaram menor expressão gênica de enzimas antioxidantes, principalmente glutationa peroxidase. Também foi verificado um acúmulo de linfócitos T CD8+ de memória, bem como redução da expressão de células com o fenótipo CD8+CD28+ em lesões de pele de pacientes idosos, quando comparados aos pacientes jovens. Não obstante, observamos alterações na expressão dos genes LAG3 e PDCD1 em lesões cutâneas de pacientes MB jovens, quando comparados a pacientes MB idosos. Esses dados sugerem que as alterações relacionadas à idade nas subpopulações de linfócitos T e o aumento do dano oxidativo podem influenciar a imunopatogênese da doença, além de facilitar o aparecimento da hanseníase em pacientes idosos.