Epidemiologia, diagnóstico e caracterização molecular do vírus da hepatite E no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Santos, Débora Regina Lopes dos
Orientador(a): Pinto, Marcelo Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4126
Resumo: Vírus da hepatite E (HEV) detectados em amostras de origem animal vêm sendo associados a casos humanos esporádicos de hepatite E aguda em regiões não endêmicas. No Brasil, a alta prevalência de anticorpos anti-HEV em suínos foi demonstrada em granjas comerciais sugerindo a grande disseminação deste vírus em rebanhos suinícolos. A fim de se comprovar a circulação do HEV no país três investigações foram conduzidas a partir de amostras obtidas de suínos, do ambiente, e de humanos. No primeiro estudo, foi realizado o acompanhamento sorológico de 26 animais desde o nascimento até a idade do abate em uma granja comercial e de 47 animais de uma fazenda modelo nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso, respectivamente. Amostras de fezes foram coletadas de pocilgas de animais de diferentes faixas etárias. Ao fim deste estudo, a maioria dos animais era sororeativa para anti-HEV. Pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), o genoma parcial do HEV foi detectado e as amostras classificadas no genótipo 3, o mesmo que circula em outras populações suínas tanto de regiões endêmicas quanto não-endêmicas. Posteriormente, para se avaliar a incidência de animais com infecção corrente durante o abate, um estudo foi conduzido em três abatedouros fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Estadual do Rio de Janeiro (SIE). Pela técnica de PCR em tempo real, o HEV foi detectado em 9,6% das amostras obtidas de animais.Foram realizadas coletas de efluentes não tratados dos abatedouros estudados e o genoma do HEV foi detectado em três pontos de coleta de um abatedouro. A quantificação média observada foi de 101 a 105 cópias/mL para as amostras animais de bile e de 102 cópias/mL para as amostras ambientais. A detecção do genoma parcial pela técnica de nested RT-PCR foi realizada, para caracterização molecular das amostras. Estas foram classificadas no genótipo 3 subtipo 3b do HEV, agrupando-se com as amostras caracterizadas do estudo anterior sugerindo a circulação endêmica do HEV no Rio de Janeiro. Em um estudo retrospectivo realizado com pacientes agudos de hepatite não A-C atendidos no Grupo de Atendimento para Hepatites Virais do IOC/Fiocruz foi identificado o primeiro caso humano confirmado de hepatite E do Brasil. Esta amostra agrupou-se no genótipo 3 subtipo 3b, também relacionada às amostras obtidas de suínos da granja e dos abatedouros. De acordo as informações epidemiológicas do paciente, o consumo de carne de porco pode ter sido a fonte de infecção. Os estudos apresentados foram os primeiros que constataram a circulação do HEV em suínos, amostras ambientais e em humanos no Brasil.