Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bottino, Fernanda de Oliveira |
Orientador(a): |
Pinto, Marcelo Alves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26976
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Resumo: |
A hepatite E (HE) crônica, causada pelo genótipo 3 do HEV, têm sido comumente associada à pacientes transplantados e imunossuprimidos. O uso do imunossupressor tacrolimo, nestes pacientes, é um fator de risco independente para a persistência do vírus no organismo. A evolução para a forma crônica da doença também foi associada ao pós-transplante alogênico de medula óssea (MO). Entretanto, pouco se sabe sobre os aspectos da infecção pelo HEV neste órgão. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de células da MO infectadas pelo HEV, no curso agudo e crônico experimentais da HE, e na infecção natural, utilizando como modelo o macaco cynomolgus (Macaca fascicularis). Seis animais foram experimentalmente infectados pelo HEV e divididos em dois grupos iguais: com e sem a utilização do tacrolimo. A partir da análise virológica e histológica hepática, os animais foram caracterizados como portadores de HE aguda (n=4) e crônica (n=2). Biópsias de MO foram coletadas, submetidas às técnicas de histologia e de imunofluorescência indireta e observadas, respectivamente, por microscopia de luz e confocal. Ao todo, quatro dos seis animais (66,6%) foram positivos para a detecção do antígeno do HEV (HEV Ag) em células da MO por imunomarcação Três deles eram portadores de HE aguda e um de HE crônica. Inclusões virais em células mononucleares, vacuolizações em células de endósteo e ausência de infiltrados inflamatórios foram os principais achados histológicos. Megacariocitose e áreas de ativação e proliferação linfocitária também foram observadas, porém em um único animal. A fim de comparar as infecções experimental e natural, um animal com forte reatividade para IgG anti-HEV foi incluído neste estudo. A infecção natural foi caracterizada pela soroconversão de IgG anti-HEV por ELISA e detecção do HEV RNA no soro e nas fezes por RT-PCR e qRT-PCR. A sequência encontrada apresentou 99% de identidade nucleotídica com cepas brasileiras do HEV. A análise filogenética baseada em um segmento da ORF2 (302 pb) revelou que o isolado pertence ao genótipo 3. Os valores das transaminases hepáticas (ALT e AST) permaneceram dentro da normalidade para a espécie. O HEV Ag também foi detectado em células da MO deste animal por imunomarcação. Nossos achados fortalecem a hipótese da MO como sítio de persistência viral em indivíduos portadores de HE, sob condições experimentais e naturais. Além disso, alterações morfológicas da hematopoese, secundárias a infecção pelo HEV, foram descritas neste estudo |