Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Antunes, Lucas Freire |
Orientador(a): |
Gomes, Flávia Lima Ribeiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43246
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Resumo: |
A malária cerebral (MC) é responsável por muitas mortes ocasionadas pela infecção por Plasmodium falciparum. Devido à dificuldade em estudar os mecanismos imunes envolvidos no desenvolvimento de MC em humanos, o uso de modelos murinos de malária cerebral experimental (MCE) tem sido amplamente empregado. Este estudo tem como objetivo investigar o papel das células imunes inatas no desenvolvimento ou não de MCE utilizando os modelos experimentais de camundongos C57BL/6 e BALB/c infectados com Plasmodium berghei ANKA. A sobrevida, parasitemia, peso, temperatura corporal e a quebra da barreira hematoencefálica confirmaram a resistência e suscetibilidade dos camundongos BALB/c e C57BL/6 parasitados ao desenvolvimento de MCE, respectivamente. Embora os camundongos BALB/c e C57BL/6 infectados tenham apresentado diferentes cursos clínicos da doença, eles exibiram a mesma parasitemia. A esplenomegalia foi observada em ambas as linhagens de camundongos durante a infecção. Entre as subpopulações mieloides investigadas, encontramos o influxo de neutrófilos e monócitos inflamatórios em cinética e proporções diferentes entre as linhagens. Já os macrófagos da polpa vermelha (MPV) dos camundongos BALB/c mantiveram seus valores constante ao longo da infecção, entretanto, responderam ao processo infeccioso ampliando a expressão do receptor de manose CD206. Interessantemente, os animais C57BL/6 apresentaram redução no número total dos MPV e MPV CD206+ após a infecção A redução nos valores de MPV CD206+ foi acompanhada pelo aumento no número e percentual de MPV iNOS+. Curiosamente, o número total de macrófagos da polpa branca (MPB) e MPB iNOS+ aumentou nos animais BALB/c e se manteve constante nos animais C57BL/6 infectados. Ao avaliarmos a expressão de CD206 nos MPB, observamos diminuição no percentual e número total dessas células em ambos os animais após infecção. Também realizamos a análise da expressão de CD206 e iNOS em microglias, macrófagos residentes do sistema nervoso central. Estas células, em ambas as linhagens, apresentaram a mesma cinética de aumento na expressão do receptor de manose CD206, e redução diferenciada na expressão de iNOS ao longo da infecção. Toda essa regulação dos marcadores fenotípicos nos macrófagos esplênicos de camundongos BALB/c ocorreu na presença de níveis séricos elevados de INF-\03B3 e da citocina regulatória IL-10, no 4º dia após infecção, quando comparados aos camundongos C57BL/6. Nossos dados sugerem que, apesar de camundongos resistentes à MCE desenvolverem uma forte resposta imune ao parasito, o animal é favorecido pelo desencadeamento de um perfil antiinflamatório de resposta, como a ativação de macrófagos do tipo M2 e produção de citocinas regulatórias. Enquanto que os animais suscetíveis ao desenvolvimento de MCE respondem a infecção montando uma resposta com perfil pró-inflamatório nos momentos inicias da resposta imune, através do aumento no número de macrófagos com perfil M1 e pela produção de TNF e IL-6. |