Vigilância em saúde mental do trabalhador: subsídios para a construção de estratégias de intervenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Leão, Luís Henrique da Costa
Orientador(a): Minayo Gomez, Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12973
Resumo: Essa tese defende a integração da saúde mental no escopo das ações da vigilância em saúde do trabalhador (Visat) e aborda a importância do desenvolvimento de estratégias de identificação e intervenção nos fenômenos relativos ao sofrimento, em seus diferentes níveis, considerando suas fontes originadoras nos processos de trabalho. Pretendeu-se responder à demanda do atual momento histórico em que são cada vez mais evidentes e crescentes os problemas em saúde mental dos trabalhadores que trazem desafios aos serviços de saúde. Realizamos uma sistematização das abordagens teóricas e práticas existentes sobre a saúde mental dos trabalhadores investigando as perspectivas que elas abrem para as ações de vigilância. Trata-se de uma pesquisa analítico-propositiva baseada no pensamento de Michel Foucault e, sob esse referencial, buscamos compreender o modo como a saúde mental dos trabalhadores vem sendo problematizada no campo da produção de conhecimento e das ações institucionais. Efetuamos um mapeamento de saberes e práticas sobre essa temática e verificamos os elementos que emergem em práticas e recomendações como “melhores empresas para trabalhar”. Procedemos a análise de produções teóricas de autores de referência em saúde mental e trabalho, e de manuais, informes, cartilhas, guias de ação, documentos de acordos políticos e sociais e relatos de pesquisas de agências especializadas em saúde e segurança do trabalho. Investigamos também relatórios de diferentes fóruns coletivos em saúde do trabalhador a fim de caracterizar as práticas correntes no âmbito da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast). A partir dessas análises apontamos perspectivas e estratégias para a integração da saúde mental no conjunto das práticas da Visat. Tomamos como referência também os estudos de Agamben quanto à tanatopolítica, a noção de produção de subjetividade conforme Guattari, sofrimento social em Renault e o pensamento de Rorty, para discutir quais seriam as alternativas capazes de deslanchar ações de Visat que rompam com modelos medicalizantes e patologizantes no que tange ao sofrimento dos trabalhadores. Apontamos dois eixos capazes de operar a integração da saúde mental na Visat: a ideia de sujeito e suas relações no contexto de trabalho e a caracterização dos vários elementos que compõem a organização do trabalho para as intervenções. Considerando que faltam diretrizes no âmbito da Renast esse trabalho contribui para aprimorar o olhar da vigilância para a problemática da saúde mental e oferece subsídios para a criação de ações considerando a complexidade das manifestações do sofrimento.