Trabalhar em UTI Neonatal: os desafios da relação de serviço e a saúde das/os técnicas/os de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Gomes, Luciana
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16928
Resumo: das/os técnicas/os de enfermagem que atuam em uma UTI Neonatal,considerando as especificidades da relação de serviço. Para tanto, operamoscom diferentes disciplinas e perspectivas que fazem uso do conceito de atividade e que consideram a complexidade e variabilidade das situações de trabalho, a sua dinâmica e a mobilização dos trabalhadores. Consideramos também as proposições e os estudos sobre as relações de serviço.Embasamo-nos na perspectiva ergológica da atividade e nas abordagens clínicas do trabalho, como a Ergonomia da Atividade e a Psicodinâmica do Trabalho. O percurso que percorremos nesse estudo envolveu as seguintes etapas: Visitas à Unidade Neonatal, Levantamento e análise de documentos relativos às normas antecedentes e à prescrição do trabalho; Aplicação do Inquérito Saúde e Trabalho em Serviço (INSATS-BR); Organização ecruzamento dos dados encontrados nas visitas e na aplicação do INSATS-BR eEncontros sobre o trabalho envolvendo a Comunidade Ampliada de Pesquisapara a discussão e validação dos resultados. Constatamos que ascompetências relacionais são fortemente mobilizadas na relação com os bebês e com as mães, o que em certa medida orienta as realizações das atividades. As posturas adotadas no contato com as mães, buscando compreender a situação em que se encontram, respeitando seus medos, sua ansiedade, mostram o quanto a dimensão relacional acaba norteando algumas arbitragens em suas atividades. As arbitragens e mobilizações do corpo-si que se efetivam na relação que aí se estabelece se evidenciam de forma especialmente marcante devido à intensidade da experiência de lidar com situações limítrofes, tanto no que se refere ao quadro de fragilidade da saúde dos bebês, quanto do estado emocional dos pais frente a essa situação. A preocupação das/os técnicas / os em contribuir com a formação de vínculos entre as mães e os bebês mostra-se como uma regra de ofício, que resulta dessas arbitragens e mobilizações. A construção de um patrimônio de valores comuns e regras de bem viver entre as técnicas e os técnicos se revelaram essenciais para a formação de um coletivo de trabalho e na constituição de entidades coletivasrelativamente pertinentes. Deparamos-nos com um quadro de adoecimentos esintomas vagos e difusos que é indicativo do esgotamento dessestrabalhadores. Todavia, destacou-se o caráter desafiante que o trabalho na UTINeonatal apresenta, onde o fato de ser de ser colocado/a à prova é motivadorapara as / os técnicas / os em suas atividades, evitando um rumo patogênico. Embora o sofrimento esteja ali presente a disposição para lutar na conquista da saúde ainda tem prevalecido.