Rickettsias lato sensu em amostras humanas e de animais no Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Burdman, Tatiana Rozental
Orientador(a): Lemos, Elba Regina Sampaio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53323
Resumo: A febre maculosa brasileira (FMB), causada por Rickettsia rickettsii (uma - proteobactéria do subgrupo 1) é a rickettsiose mais importante no Brasil, embora existam relatos de casos confirmados e suspeitos de tifo recrudescente, tifo endêmico, ehrlichiose, tifo transmitido pela pulga do gato e rickettsiose variceliforme, além da febre Q, causada por Coxiella burnetii, e bartoneloses. Bartonella spp. e C. burnetti, que pertencem ao subgrupo -2 proteobactéria e -proteobactéria, respectivamente, permanecem sendo estudadas no campo da rickettsiologia. Este estudo foi desenvolvido com o objetivo principal de caracterizar as rickettsias do grupo da febre maculosa (RGFM), C. burnetii e Bartonella spp. em amostras de pacientes com suspeita de rickettsioses encaminhadas para o Laboratório de Referência Nacional para Rickettsioses, Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, assim como amostras biológicas de animais domésticos e silvestres, procedentes de diferentes regiões do território fluminense, durante o período de 2007 a 2012. Rickettsia rickettsii foi a única RGFM identificada em amostras de pacientes residentes no Estado do Rio de Janeiro, incluindo as amostras procedentes do surto desta zoonose, como doença ocupacional, em um abrigo de animais, onde cinco funcionários evoluíram para o óbito e 114 dos 117 cães apresentaram anticorpos anti-R. rickettsii. Adicionalmente, em 2008, um caso fatal de febre maculosa causada por Rickettsia conorii conorii foi confirmada, por análise molecular, em um paciente sul-africano em viagem de trabalho ao Brasil. Em relação à febre Q, além do primeiro caso confirmado por análise molecular no Brasil, em 2008, quando um surto em área rural do Município de Itaboraí foi identificado, C. burnetii foi identificado como agente causador de uma pneumonia grave associada com osteo-artropatia soronegativa em paciente previamente saudável que adquiriu a infecção em área urbana do Município do Rio de Janeiro. Amostras de carrapatos e de animais silvestres coletados no Município de Piraí foram submetidas à análise molecular e a presença de carrapato da espécie R. sanguineus infectado por RGFM foi confirmada. Embora nenhum roedor silvestre tenha apresentado infecção por RGFM, a infecção por Bartonella spp. foi identificada em dois exemplares de Euryoryzomys russatus e por C. burnetii em um exemplar de Oxymycterus dasythricus e Akodon cursor. Este é o primeiro relato de roedores silvestres infectados naturalmente por C. burnetii e Bartonella spp. no Brasil. Embora mais pesquisas precisem ser desenvolvidas, os resultados obtidos neste estudo alertam para o risco destas zoonoses no Estado do Rio de Janeiro e também no Brasil, onde somente a FMB é doença de notificação compulsória