Fatores psicossociais relacionados ao transtorno de déficit de atenção / hiperatividade em escolares do Município de São Gonçalo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pires, Thiago de Oliveira
Orientador(a): Silva, Cosme Marcelo Furtado Passos da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24244
Resumo: O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mais comuns entre crianças e adolescentes, ocorrendo em 3% a 7% das crianças em idade escolar, podendo se prolongar até a vida adulta. O indivíduo afetado por este problema apresenta dificuldades no âmbito acadêmico, familiar e quando se prolonga pela vida adulta, há problemas nas relações interpessoais, no desenvolvimento e manutenção do trabalho. A causa deste transtorno tem componente genético bastante forte, com hereditariedade estimada em 77%, porém outros componentes são importantes a serem considerados na cadeia etiológica do TDAH, dentre eles estão os fatores psicossociais, que podem afetar não apenas a sua ocorrência, bem como a severidade e a persistência de TDAH na infância e adolescência. Os fatores psicossociais podem ser, por exemplo, ausência de relações parentais estáveis; falta de apoio no contexto social em que vivem; problemas econômicos, sociais ou pessoais ou falta de cuidados maternos na infância. Estes estímulos podem ter influências sobre o psiquismo, com conseqüências somáticas e mentais danosas. O objetivo principal desta dissertação é investigar a associação entre os fatores de risco psicossociais e o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Para isso foram elaborados dois artigos. O primeiro artigo focou em demonstrar a relação entre TDAH em crianças e alguns fatores individuais, sócio-econômicos e psicossociais, dentre os quais a forma de relacionamento familiar e a violência física e psicológica existente no contexto familiar. No segundo artigo procurou-se avaliar se fatores do ambiente familiar e do período gestacional associados ao surgimento de TDAH em crianças, segundo a aferição realizada por diferentes informantes (mães e professoras). Foi analisado também o poder do teste de Wald para cada um dos fatores ajustados pelos modelos. No primeiro artigo o QI mais alto manteve-se associado à menor freqüência de TDAH (RP=0,980 IC95%=0,963 - 0,998). Quando há funcionamento familiar precário a prevalência de TDAH nas crianças é maior do que entre famílias com melhor forma de se relacionar (RP=2,538 IC95%=1,572 - 4,099). Crianças que sofreram agressão verbal da mãe têm uma prevalência 4,7 vezes à daquelas não expostas a esta situação no último ano (IC95%=1,254 - 17,636). No segundo artigo, funcionamento familiar precário, ausência de apoio social à mãe, eventos de vida adversos e desentendimentos no período da gestação foram os fatores associados ao transtorno. Quando o TDAH foi avaliado por professores, as variáveis selecionadas foram: sexo e QI, em que meninos e crianças com escores baixos de QI têm chances maior de apresentar o transtorno. Nas análises do poder do teste para significância dos efeitos, os resultados em geral foram bons, exceto para o modelo que utilizou a resposta somente das mães para análise, cujas variáveis, em geral, tiveram um baixo poder. Os resultados dessa dissertação assinalam a relevância dos fatores psicossociais na associação com o TDAH. Foi observada a existência de diferença na percepção dos sintomas por pais/responsáveis e professores.