Evolução eletrocardiográfica, parasitológica e sorológica de pacientes com Doença de Chagas na forma indeterminada tratados com Benzonidazol e comparados com grupo controle

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Hasslocher-Moreno, Alejandro Marcel
Orientador(a): Boia, Marcio Neves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3796
Resumo: O objetivo deste trabalho é descrever a evolução eletrocardiográfica, sorológica e parasitológica de pacientes com doença de Chagas na forma indeterminada, tratados com benzonidazol, comparando-os com um grupo controle de pacientes que não receberam tratamento etiológico. Para determinação da freqüência de surgimento de alterações eletrocardiográficas durante o período de seguimento, os grupos de pacientes tratados (n = 62) e não tratados (n = 62) foram observados por, em média, 118,3 ± 61,7 meses (7333,7 pacientes-meses) e 144,51 ± 49 meses (8959,9 pacientes-meses), respectivamente. A freqüência de surgimento de alterações eletrocardiográficas foi de 8/62 (12,9%) no grupo tratado e 10/62 (16,1%) no grupo não tratado (p = 0,400), com densidades de incidência de 1,09 / 1000 pacientes-meses e 1,11 / 1000 pacientes-meses nestes dois grupos, respectivamente (risco relativo = 0,98). Não foi observada relação entre a evolução para piora eletrocardiográfica e as variáveis idade (35,2 ± 9,6 entre os que evoluíram para este desfecho e 34,8 ± 6,7 entre os que não evoluíram), sexo ou naturalidade. Para comparação da evolução dos títulos sorológicos, os grupos de pacientes tratados e não tratados foram observados por 88,7 ± 49,6 meses e 140,9 ± 47,8 meses, respectivamente. Após conversão dos títulos de diluição sorológicos para valores em uma escala linear na qual o valor 1 representa a diluição de 1:40 e o valor 6 a diluição de 1:1280, observou-se que os pacientes tratados evoluíram com uma redução significativa dos títulos (4,07 no pré-tratamento e 2,85 ao fim do acompanhamento, p < 0,001), redução esta que não foi observada entre os não tratados (4,22 no início do acompanhamento e 4,11 ao término do seguimento, p = 0,503). Embora quando comparados aos títulos observados antes da terapia específica os títulos sorológicos pós- tratamento apresentem significativa redução, estes últimos apresentam uma tendência de elevação com o passar do tempo, após 100 a 150 meses de acompanhamento. Não foi observada relação entre a evolução dos títulos sorológicos ou os títulos sorológicos iniciais e o surgimento de alterações eletrocardiográficas, assim como entre estes títulos e a naturalidade dos pacientes. No grupo tratado com benzonidazol, todos os pacientes (62) realizaram xenodiagnóstico, observando-se 32 pessoas com exames positivos (51,6%). Após o tratamento, apenas um destes pacientes permaneceu positivo. Conclui-se que, na amostra de pacientes estudada: i) os pacientes com xenodiagnóstico positivo, ao serem tratados evoluem, em sua maioria, com negativação deste exame; ii) o tratamento específico proporciona uma redução significativa dos títulos sorológicos e iii) não há relação entre o tratamento etiológico da doença de Chagas com benzonidazol e a evolução eletrocardiográfica.