Cromoblastomicose: estudo de uma série de 14 casos atendidos no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, de 1994-2005

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mouchalouat, Marcelle de Figueiredo
Orientador(a): Valle, Antonio Carlos Francesconi do, Galhardo, Maria Clara Gutierrez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28073
Resumo: Este estudo de série de casos englobou 14 casos de Cromoblastomicose (CBM), micose crônica de longa evolução, atendidos no Serviço de Dermatologia no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (IPEC) - Fiocruz, no período de 1994 a 2005 , e teve o objetivo de avaliar os aspectos epidemiológico, clínico, diagnóstico e terapêutico da micose. A presença de células muriformes no exame histopatológico ou micológico foi o critério de inclusão dos pacientes no estudo. Os resultados foram apresentados sob forma de dois artigos. O sexo masculino foi predominante em 71,4% dos casos (10/14), a idade variou de 39 a 77 anos (média 61). Contato com o solo foi relatado por 11 pacientes, sendo 8 deles por motivos profissionais e 3 por atividades de lazer. Destes 11, apenas 3 referiam trauma com planta e madeira. Hipertensão arterial sistêmica (HAS) em seis pacientes (42,9%), Diabetes mellitus (DM) em quatro pacientes (28,6%), neurocisticercose em um paciente (7,1%) e imunossupressão induzida por drogas (tacrolimus, micofenolato mofetil e prednisoma) em um paciente (7,1%) foram as comorbidades apresentadas. O tempo da doença variou de 8 meses a 32 anos, sendo em metade dos pacientes maior que 10 anos. O tipo clínico verrucoso (seis casos) e a forma grave (sete casos) (lesões disseminadas segundo a classificação proposta por Queiroz-Telles e cols., 1992a) foram os mais encontrados, assim como a localização em membros inferiores em metade dos pacientes. As formas graves estiveram ao longo tempo de evolução. O exame micológico isolou Fonsecaea pedrosoi em 71,4% (10 casos) e Cladophialophora carrionii em um caso (7,1%), não havendo o isolamento em dois casos e um dos isolados não pôde ser classificado. Confirmação das espécies pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) foi realizada em dez isolados de cultura Tratamento no IPEC foi realizado em 11 pacientes, 2 foram transferidos para outros estados e um morreu de outra causa não relacionada à CBM. A terapia clínica foi realizada com itraconazol em monoterapia para três pacientes (21,4%) e combinada ao fluconazol para cinco (35,7%) pacientes. Esta associação demonstrou eficácia nas formas moderada, grave e naqueles com história de tratamento prévio sem sucesso. Cirurgia instituída em três pacientes (21,4%) mostrou-se uma excelente opção terapêutica para as formas leve e moderada com lesões únicas, e quando o uso de antifúngicos era contra-indicado. Sucesso terapêutico foi obtido em 81,8% (9/11) sem recorrência em dois anos de acompanhamento. Estes resultados favoráveis deveram-se ao diagnóstico com isolamento do agente e tratamento precoces; visto que as espécies apresentam sensibilidade variável aos antifúngicos e acrescenta-se a estes fatores, a estrutura diferenciada do IPEC com laboratórios especializados para diagnosticar as diferentes micoses e um serviço de farmáci capaz de disponibilizar medicamento suficiente para o tratamento completo do paciente