Os desafios do cuidado em situações-limite: as dramáticas da atividade no trabalho humanitário e na emergência hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cavanellas, Luciana Bicalho
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13151
Resumo: O interesse pelo trabalho em saúde em situações extremas é o fio condutor desta tese, que investiga a atividade de trabalhadores, buscando compreender os modos de gestão dos usos de si no confronto com a realidade do trabalho de cuidado. A Organização Não Governamental Médicos Sem Fronteiras e a Emergência de um hospital público no município do Rio de Janeiro constituíram-se em campos de pesquisa distintos, porém afinados no objetivo de prestar socorro e salvar vidas. Os desafios impostos por contextos críticos e complexos, onde limites e riscos são permanentemente confrontados, tornam o trabalho mais exigente, expondo a vulnerabilidade dos pacientes, dos trabalhadores e das organizações, mas também sua capacidade de superação, enfrentamento e criação. A perspectiva ergológica de Yves Schwartz e a concepção de saúde de Georges Canguilhem dão o norte teórico-metodológico necessário à compreensão das dramáticas vividas pelo corpo-si, como articulador e mediador da atividade, renormatizando e reinventando modos de viver o trabalho. A pesquisa de base qualitativa fez uso de observação participante, elaboração e leitura de diários de bordo, e entrevistas apoiadas na abordagem dialógica, visando a compreensão da atividade a partir das vivências dos trabalhadores. Os resultados encontrados apontam para aspectos diferenciados entre os dois contextos, como a diferença entre trabalho e emprego, a liberdade de escolha, a relação com pacientes e familiares, o reconhecimento e a valorização profissional, a proteção institucional e a questão da carreira e dos projetos de vida; assim como ressaltam pontos convergentes como o desgaste físico/mental e o tempo de trabalho, os conflitos com as estruturas organizacionais e suas concepções de gestão, a relevância da parceria e da cooperação no coletivo e a confirmação de vocações e da mobilização dos trabalhadores, preservando o sentido do trabalho na assistência e no cuidado em saúde.