Trabalho e saúde das profissionais de enfermagem em urgência e emergência: estudo de caso em uma Unidade de Pronto Atendimento no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gomes, Hebert de Oliveira
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24335
Resumo: Esta dissertação buscou analisar as relações entre o trabalho e a saúde das profissionais de enfermagem de uma Unidade de Pronto Atendimento do munícipio do Rio de Janeiro. Para isso procuramos caracterizar as condições de trabalho vivenciadas por essas trabalhadoras de enfermagem, identificar e discutir as normas antecedentes presentes neste trabalho da enfermagem e investigar as renormatizações realizadas e suas relações com o processo saúde-doença-cuidado dessas trabalhadoras de enfermagem. Os referenciais teóricos e metodológicos utilizados foram a concepção de saúde de Georges Canguilhem e a perspectiva ergológica proposta por Yves Schwartz. Tratou-se de um estudo com abordagem qualitativa, de caráter descritivo, do tipo estudo de caso, que foi desenvolvido utilizando as seguintes técnicas investigação: visitas à Unidade de Pronto Atendimento, levantamento e análise documental, entrevistas semi-estruturadas, aplicação do Inquérito Saúde e Trabalho em Serviços (INSATS 2013) e instrução ao sósia. Constatamos que essas profissionais de enfermagem estão inseridas em uma realidade bastante complexa, na qual convivem com algumas situações que vão muito além dos problemas clínicos. Elas são pautadas por diversas lógicas, muitas vezes distintas e contraditórias. Isso acaba colocando-as em dramáticas dos usos de si, nas quais devem fazer escolhas considerando não só os seus valores, mas também os outros sujeitos que estão envolvidos na sua atividade. Essas dramáticas se tornam ainda mais acentuadas se considerarmos as diferentes concepções acerca da finalidade da unidade, isto é, muitas vezes os usuários, a chefia e as trabalhadoras têm visões e expectativas diferentes daquele espaço. As condições de trabalho muitas vezes não são adequadas e por isso nem sempre favorecem a saúde dessas trabalhadoras. Apesar dessas condições desfavoráveis e de todos os outros problemas encontrados, essas trabalhadoras renormatizam suas atividades no sentido tanto de resolver essas adversidades quanto para preservarem a sua saúde. Essas renormatizações ocorrem considerando valores como resolutividade, trabalho em equipe e humanização do cuidado. A tentativa de estimular essas trabalhadoras a refletirem sobre seu trabalho e sua saúde é um fato que pode ser considerado um passo importante para futuras intervenções e transformações das situações de trabalho vivenciadas naquela unidade.