Estudo ambiental, caracterização molecular e estratégia de vigilância dos agentes da criptococose na microrregião do Rio Negro no estado do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Fábio Brito dos
Orientador(a): Lazéra, Márcia dos Santos, Meyer, Wieland
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34523
Resumo: A criptococose é adquirida pela inalação dos propágulos criptocócicos no ambiente. A doença é causada por duas espécies patogênicas do gênero Cryptococcus, definidas como Cryptococcus neoformans espécie complexa e o C. gattii espécie complexa. A criptococose por Cryptococcus neoformans é a principal doença oportunista em pacientes infectados pelo HIV, principalmente na África Subsaariana, com mais de 500.000 mortes por ano estimadas devido à meningite criptocócica. No Brasil, além da importância da criptococose em pacientes com HIV/aids, outro problema de saúde pública é a ocorrência da meningite criptocócica por C. gattii em crianças e adultos jovens de ambos os sexos no Norte (N) e Nordeste (NE). A compreensão da dinâmica e adaptação dos reservatórios de agentes da criptococose, a identificação de como essa infecção é adquirida pelos seres humanos e quais os meios para evitar ou reduzir seus riscos de infecção são de interesse fundamental. O presente estudo ambiental foi conduzido na microrregião do Rio Negro no estado do Amazonas que é constituída por quatro municípios (Barcelos, Novo Airão, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira). Coletamos e analisamos amostras de postes de madeira e principalmente a poeira domiciliar dos três primeiros municípios A caracterização molecular foi realizada com o auxílio da ferramenta MLST, revelando os principais subtipos de C. gattii e C. neoformans responsáveis pela criptococose no mundo, além de alguns subtipos de VGII específicos da região Amazônica. A ausência de relatos de casos de criptococose e a presença significativa de um grupo vulnerável de crianças incentiva a realização de estratégia de vigilância dos agentes da criptococose nessa microrregião. Para atender essa demanda foram elaboradas ferramentas de comunicação (folder popular e informe técnico). Como proposta para detectar pacientes oligossintomáticos e assintomáticos nessa área remota e com poucos recursos humanos, otimizamos a utilização do teste rápido do CrAg na urina aumentando a especificidade sem perder a sensibilidade. Esperamos que com os produtos gerados nessa tese seja possível o manejo de futuros casos de criptococose nessa região ou em outras áreas endêmicas remotas do Brasil.