Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Santos, Fabio Brito dos |
Orientador(a): |
Lazéra, Márcia dos Santos,
Costa, Filipe Anibal Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34090
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Resumo: |
A criptococose coloca-se entre as infecções fúngicas humanas de significativa letalidade e morbidade, principalmente sob forma de meningoencefalite. Esta micose, de natureza sistêmica, com porta de entrada inalatória, é causada por leveduras patogênicas do chamado complexo Cryptococcus neoformans/Cryptococcus gattii. A micose é de distribuição mundial e seus agentes C. neoformans e C. gattii juntos apresentam oito principais tipos moleculares presente em todo mundo. C. gattii e seus tipos moleculares (VGI, VGII, VGIII e VGIV) são menos comuns, representando 20% das infecções, enquanto C. neoformans (VNI, VNII, VNII e VNIV) e seus tipos moleculares 80%. O tipo molecular mais comum encontrado no Brasil é VNI, seguido por VGII, VNII, VGIII, VNIV, VGI e VNIII. A criptococose primária causada pelo tipo molecular VGII (sorotipo B, MATalfa), prevalece em pacientes imunocompetentes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, revelando um padrão regional endêmico para este tipo molecular. O perfil emergente dessa micose tem motivado inúmeros estudos de fontes ambientais de risco para humanos e animais. A exposição a propágulos dispersos no meio ambiente inicia o processo infeccioso, relacionado a diversos substratos orgânicos e, pode ocorrer também a partir de fontes domiciliares ou peri-domiciliares. O presente estudo teve como objetivo investigar a presença dos agentes da criptococose em poeira domiciliar na região do alto do Rio Negro, no município de Santa Isabel do Rio Negro no estado do Amazonas. As metodologias utilizadas foram: coleta e isolamento dos fungos a partir de poeira domiciliar; identificação fenotípica e genotípica das colônias pelas técnicas de "Restriction Fragment Lengh Polimorphism" (RFLP) do gene URA5 e "Multilocus Sequence Typing" (MLST); e determinação do tipo sexuado (mating type) por técnica de PCR Cinquenta e uma casas foram visitadas, sendo que destas, três casas foram exclusivamente positivas para C. gattii tipo molecular VGII tipo sexuado MATalfa, apresentando significativa densidade deste agente (50, 2.500 e 50.000 UFC/g de poeira cada). Os estudos por MLST identificaram 8 subtipos de C. gattii VGII distribuídos nos 3 domicílios. Quatro subtipos foram identificados no domicílio DW-650 com o predomínio do VGIIb (ST7), genótipo predominante na Austrália e também relatado no Canadá. No segundo domicílio, 4 subtipos foram identificados, com predomínio do subtipo VGIIa (ST20), mais virulento e predominante na epidemia do Canadá. O último domicílio (SI444) apresentou um único subtipo VGIIb (ST7). Além de VGIIa e VGIIb, um total de 5 subtipos novos e exclusivos da região estudada foram identificados (STs 264, 265, 266, 267, 268), bem como um subtipo (ST5) já descrito previamente na Austrália. Pela primeira vez no estado do Amazonas, C. gattii VGII MAT alfa foi isolado do meio ambiente e se correlaciona com a criptococose endêmica por este agente neste estado. Esse foi o primeiro estudo de MLST descrevendo isolados ambientais na Amazônia brasileira, apontando poeira domiciliar como fonte potencial para a infecção humana por diferentes subtipos de C. gattii VGII MATalfa. |