Cumé que a gente fica?: um olhar intersecional sobre saúde da mulher negra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Corrêa, Roseane Maria
Orientador(a): Oliveira, Roberta Gondim de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52641
Resumo: A colonização é produtora de desigualdades raciais e matriz da vulnerabilidade da saúde da mulher negra em um país que ainda sustenta o Mito da democracia racial para não tratar operacionalmente as relações étnicos raciais. As desvantagens históricas e a universalização da mulher silenciam opressões vividas por mulheres negras. Essa dissertação discute sobre a presença/ausência de ações voltadas para a saúde da mulher negra a partir de dados desagregados por cor e raça/etnia no plano plurianual (PPA) do Município do Rio de Janeiro no período de 2010 a 2020, tendo em vista que este documento estabelece os projetos e os programas de longa duração do governo, definindo objetivos e metas da ação pública para um período de quatro anos. Utilizando o conceito de interseccionalidade enquanto sensibilidade analítica para a busca de ações da gestão municipal em alinhamento com as diretrizes da Política Nacional da Saúde da População Negra busca-se saber como o racismo se expressa no planejamento de gestão. Foi realizado uma análise documental dos compromissos de governo pois essa busca as prioridades de saúde a partir dos problemas informados a partir de indicadores de saúde. Dados desagregados por raça cor demostram a desigualdade entre mulheres negras e mulheres brancas no sistema de saúde. Esse estudo revelou a melhoria da qualidade do serviço entra como meta em todas as gestões analisadas contudo ações antirracistas no sistema de saúde municipal não entram de forma explicita como objetivo de governo. Os indicadores, que auxiliam avaliar o nível de desempenho a ser alcançado e se o grau de sucesso alcançado foi satisfatório, não estão dispostos nos Plano Plurianual (PPA) e relatórios anuais desagregados por raça/cor dificultando a análise dos resultados em relação as iniquidades raciais. A eficiência e efetividade de ações antirracistas não estavam traduzidas operacionalmente nos serviços de saúde.