Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Lucas, Willian Sérgio de Jesus |
Orientador(a): |
Oliveira, Rosely Magalhães de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28712
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Resumo: |
Este trabalho discute a construção de representações referentes à questão das drogas ilícitas, tráfico e uso, conforme apresentado nas publicações periódicas de duas mídias impressas na cidade do Rio de Janeiro, os jornais O Globo e Extra. Para análise do material faz-se uso do conhecimento produzido por Frantz Fanon, especialmente a sua teoria da racialização. Fanon é autor de importante reflexão sobre a questão da dominação colonial, onde aponta suas relações com racismo, cultura e capitalismo, com reconhecida contribuição para os pensamentos pós-colonial e de(s)colonial. A teorização de Fanon, e suas repercussões em Stuart Hall e Homi Bhabha, dois pensadores pós-coloniais, é explorada no estudo, em argumentação que se constrói no decorrer do texto, de modo a caracterizar-se este exercício, em si, como pesquisa do uso de um método de análise. Fanon, médico e psiquiatra martinicano, com atuação na luta pela libertação colonial da Argélia, falecido precocemente aos 36 anos na década de 1960, é autor expoente na interpretação da diáspora africana, e um dos objetivos deste estudo é destacar sua contribuição crítica. Por esse prisma, evidencia-se o uso da linguagem, aqui em específico a linguagem jornalística, como forma de expressão da dominação social que forja representações específicas sobre determinados grupos, como o racismo e demais opressões. Para identificação do material, referente aos meses de julho e agosto de 2017, utilizou-se a análise de conteúdo, que foi acompanhada da teorização crítica escolhida como fundamento da análise. O exame do material possibilita inferências interpretativas sobre a discriminação velada nas representações. A produção do discurso é aquela da relação colonizadora, de dominação, que ignora o contexto social e as repercussões na saúde, naturaliza a exclusão e impõe a resignação da população pobre do Rio de Janeiro, particularmente a negra, diante do drama das drogas, da violência e da injustiça social. Sugere-se, na apresentação dos resultados, que a questão e a forma de tratamento que foi dado ao tema nesta pesquisa deve se inscrever no referencial da epidemiologia crítica, na perspectiva da Determinação Social da Saúde. A reflexão teórico-conceitual de Fanon mostrou-se adequada para a análise pretendida. Ao final, ficou a impressão de que a realização do estudo correspondeu à produção de um discurso sobre discursos. Uma forma para a qual a argumentação emocionada de Fanon chama. |