A experiência corpórea do sujeito preto na obra Pele Negra, Máscaras Brancas, de Frantz Fanon

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cruz, Rafaela dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242810
Resumo: Neste trabalho, de cunho teórico-conceitual, analisaremos e discutiremos o pensamento do filósofo Frantz Fanon na obra Pele Negra, Máscaras Brancas. Nosso interesse reside em identificar como o autor descreve a experiência corpórea do sujeito preto no interior dess a obra. Buscamos evidenciar a relação que o autor estabelece entre construção social pós-colonial da imagem objetificada do preto e sua existência encarnada nessa realidade. Abordaremos o problema da experiência corpórea do preto a partir do conceito fanoniano de “sociogenia”. O conceito refere-se à vinculação do enquadre dos processos históricos e sociais no que diz respeito à opressão racista na constituição da subjetividade do preto na modernidade. Para ele, a violência racista moderna consiste em imprimir em todas as instâncias sociais imagens fantasmagóricas da população preta. Isso exige tratar da constituição dessas abstrações que “fixam” o corpo negro na ideia irracional de coisa, de modo que a realidade corpórea é impedida de se humanizar. Nesse contexto, existe a ilusão, por parte do indivíduo preto, de que ao embranquecer estará se aproximando de ser um “humano verdadeiro”. No primeiro capítulo, realizamos uma contextualização histórica e social tanto da obra como da vida de Fanon. O segundo capítulo é dedicado às descrições fanonianas dos processos de racialização e da imposição da cultura branca. Por fim, circunscrevemos a experiência vivida do preto descrita por Fanon. Encontramos, nessa análise, um diálogo de Fanon com a fenomenologia de Merleau-Ponty, especialmente com a sua teoria corporal. Destacamos, a partir disso, os conceitos fanonianos de esquema histórico-racial e esquema epidérmico-racial como prolongamentos conceituais da noção de esquema corporal merleau-pontyano. Consideramos que Fanon descreve um “curto-circuito” do esquema corporal do preto, instituído pelo olhar do racista.