Identidade profissional do farmacêutico: desafios para atuação na atenção primária à saúde

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Antunes, Renata da Silva
• Orientador(a): Silva, Rondineli Mendes da
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60121

O farmacêutico é um profissional de saúde que vem passando por um processo de renovação, em termos de sua atuação e sua identidade profissional (IP), que se reconstrói dinamicamente nos processos relacionais. A IP corresponde a um processo que se inicia na saída do curso de graduação e perpassa as relações, o ambiente e o mercado de trabalho. Entende-se que ao analisar o processo de socialização profissional nas relações de trabalho, torna-se possível compreender tanto o processo de construção da IP quanto o reconhecimento da profissão dos dias atuais. Esse trabalho teve por objetivo analisar a IP do farmacêutico com atuação na Atenção Primária à Saúde (APS) no contexto da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ). Trata-se de um estudo exploratório, amparado no referencial teórico proposto por Claude Dubar, de abordagem qualitativa, com a utilização de roteiro de entrevista semiestruturado sobre informações relacionadas aos elementos constituintes da IP, experiências, expectativas, dilemas e desafios frente ao exercício profissional, aplicado a farmacêuticos selecionados por conveniência. Envolveu a participação de profissionais que atuam na APS da SMS-RJ e outros oriundos de órgãos de classe e de universidade. Foi realizada análise de conteúdo dos dados, que permitiu a compreensão do material coletado associado ao referencial teórico e que esteve apoiada em uma matriz de categorias: "percurso profissional e formativo do farmacêutico". "IP farmacêutico considerando os atributos da APS" e "atuação do farmacêutico na APS frente à regulação profissional e sanitária." Participaram oito farmacêuticos, que na sua grande maioria possuía pós-graduação e experiência na APS. Verificou-se o tempo médio de sete anos de atuação, daqueles que trabalhavam na APS municipal. Ademais, o percurso profissional mostrou que foi comum entre os entrevistados a origem de atuação no comércio varejista. Os achados também trouxeram importantes reflexões sobre a atuação do farmacêutico sob a perspectiva social, apontando para o surgimento de uma “nova identidade”, mais consciente e segura de seu papel no cuidado e na assistência. Esta IP vem sendo construída por meio dos dilemas que os profissionais enfrentam nas suas relações de trabalho e pelos desafios vivenciados, que envolvem aspectos como ensino tecnicista, reconhecimento pelos pares e a regulação profissional. Esta pesquisa contribui com a ampliação e o enriquecimento dos estudos sobre a IP dos farmacêuticos, além de concorrer para possíveis mudanças nas políticas públicas e para a garantia da atuação do farmacêutico como parte integrante da equipe de saúde.