Atividade antiviral e imunomoduladora de extratos originados de Uncaria sp. em infecção in vitro de linhagem contínua de hepatócitos humanos pelo vírus Dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mello, Cíntia da Silva
Orientador(a): Kubelka, Claire Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13988
Resumo: A incidência de dengue em todo o mundo tem aumentado nas últimas décadas. As respostas imunológicas exacerbadas desempenham um papel crucial para a sua fisiopatologia, tais como a indução do extravasamento plasmático, originado principalmente pela produção de uma cascata de citocinas inflamatórias e que podem induzir distúrbios de coagulação e alteração da permeabilidade vascular levando, eventualmente, a hemorragias graves e ao choque. Os produtos naturais, que têm propriedades imunomoduladoras descritas na etnofarmacologia, podem promover o controle da replicação viral e uma redução de citocinas que induzem a permeabilidade endotelial, o que poderia resultar em manifestações clínicas mais leves. O objetivo deste estudo foi investigar se compostos provenientes de uma planta medicinal poderiam modular a resposta imune inata associada com características imunopatológicas na infecção pelo vírus Dengue (DENV), usando um modelo de infecção in vitro com linhagens contínuas de hepatócitos humanos (Huh-7). Métodos e Resultados: Após infecção das células-alvo Huh-7 pelo DENV-2, as culturas foram tratadas com lotes únicos de extratos hidroalcoólicos de Uncaria sp. (UGC ou UGF), em diferentes concentrações. A taxa de células contendo antígenos virais foi determinada após períodos de incubação por imunofluorescência vírus específica e citometria de fluxo A proteína viral não estrutural (NS1), indicativa de replicação viral, foi detectada nos sobrenadantes de cultura de células assim como as citocinas/quimiocinas MIF, IL-8 e IL-6, todas determinadas por ensaios de ELISA. Nos mesmos sobrenadantes, a produção do fator inflamatório óxido nítrico foi determinada indiretamente pela detecção de nitrito (Reação de Griess). Além disso, foram observados por citometria de fluxo alterações de viabilidade celular, apoptose e necrose, utilizando marcações pelo kit LIVE/DEAD e por Anexina V e Iodeto de propídio (PI). Foram observados efeitos antivirais de UGC e UGF, estatisticamente significantes, em comparação com células não tratadas, em concentrações que reduziram a frequência de células positivas para o antígeno viral e a quantidade de NS1 secretada. Efeitos imunomoduladores significantes foram mostrados pela redução da secreção de MIF, IL-8 e IL-6. Houve um aumento na produção de nitrito em culturas infectadas e tratadas com os dois extratos em diferentes concentrações, além de redução das taxas de apoptose e necrose, significantes. Conclusão: Existem compostos ativos na espécie vegetal que possuem capacidades antiviral e imunomoduladora. Sendo assim, mostraram-se potenciais candidatos para o desenvolvimento de um produto para tratamento da dengue. Apoiado por FIOCRUZ / RPT11D; IOC / PROEP; CNPq; FAPERJ; CAPES