Otimização da produção de esporozoítos de Plasmodium vivax em Anopheles aquasalis (Diptera: Culicidae), em condições laboratoriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guaranis, Mário Roberto Lopes de Araújo Ypiranga dos
Orientador(a): Ríos Velásquez, Claudia Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46135
Resumo: Nos últimos anos, a busca por estratégias alternativas para o controle da malária tem sido estimulada, incluindo o bloqueio de transmissão, que visa a interrupção do desenvolvimento do Plasmodium no mosquito e / ou no ser humano. Os esporozoítos são a forma parasitária infecciosa para humanos e são alvos importantes para bloquear a transmissão. No entanto, estudos sobre a interação entre esporozoítos, mosquitos e hepatócitos requerem um grande número destes. P. vivax é a espécie do parasito mais prevalente no Brasil, sendo responsável por mais de 80% dos casos. Anopheles aquasalis é um dos principais vetores nas regiões costeiras, além de ser facilmente colonizado em condições laboratoriais, facilitando estudos sobre a interação patógeno-hospedeiro. Este trabalho tem como objetivo estudar fatores que influenciam a produção de esporozoítos de Plasmodium vivax na glândula salivar de Anopheles aquasalis. Para os experimentos, fêmeas de An. aquasalis foram infectadas por sistema de alimentação por membrana. Para avaliar o efeito da temperatura após a alimentação, as fêmeas foram transferidas para gaiolas e mantidas a 20°C, 24°C e 28°C. Para avaliar o efeito dos fatores do sistema complemento, um grupo de mosquitos foi alimentado com sangue contendo soro inativado e outro com sangue total. E para avaliar a influência da microbiota, um grupo de fêmeas foi alimentado com solução açucarada contendo antibiótico (PenStrep, por 3 dias antes da infecção experimental enquanto o grupo controle só foi alimentado com solução açucarada. No 6° dpi, para cada fator, o intestino médio de 10 fêmeas foi dissecado para contagem de oocistos. No 13° dpi, as glândulas salivares foram dissecadas e os esporozoítos contados. Fêmeas mantidas a 28°C apresentaram altas taxas de infecção (60-90%) assim como elevado número de oocistos (2-231 por mosquito) e esporozoítos (1-1142 por mosquito). O maior número de oocistos e esporozoítos foi de mosquitos alimentados com antibiótico (231; 962) e soro inativado (215; 1020), respectivamente, enquanto que aqueles mantidos a temperaturas mais baixas (24°C, 20°C) apresentaram as menores cargas do parasito. Não houve diferença significativa entre os grupos com maior número de parasitos, apenas quando comparados aos de menor carga (p<0,001). A obtenção de maior número de esporozoítos auxiliará no conhecimento dos mecanismos de interação patógeno-hospedeiro, assim como na busca por alternativas para eliminação da malária.