Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Aline Cristina Silva de |
Orientador(a): |
Ferreira, Ilce |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20590
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Resumo: |
A endometriose é um problema de saúde pública no mundo, acometendo principalmente mulheres entre 15 a 45 anos. É uma doença inflamatória estrogênio dependente, caracterizada pela presença de tecido endometrial em localização extra-uterina, entretanto, a etiologia ainda não está definida. O histórico familiar da doença já tem sido associado ao risco de endometriose sugerindo a influência dos fatores genéticos que, interagindo com os fatores ambientais, poderiam modular o risco de desenvolvimento da endometriose. Nesse contexto, estudar polimorfismos no gene CYP2C19, que atua no catabolismo do estrogênio, e sua interação com os fatores ambientais poderia explicar, em parte, a suscetibilidade para o desenvolvimento da endometriose. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da interação entre fatores ambientais selecionados e os polimorfismos no gene CYP2C19 (*2e *17), em uma série de casos de endometriose. Metodologia: Um estudo observacional exploratório de uma série de casos, utilizando a abordagem case-onlyfoi realizado em 155 mulheres diagnosticadas com endometriose foram classificadas para a “presença” e “ausência” de um fator genético e um fator ambiental. Para avaliar a interação entre a combinação de polimorfismos no gene CYP2C19e fatores ambientaisfoi estimada a OR (OddsRatio) de interação e seus respectivos IC (Intervalo de Confiança) 95%. Resultados: A média de idade do diagnóstico foi de 31,23 anos; 45,3% tinham nível superior ou pós-graduação; 73,2% união estável e 56,3% sobrepeso e obesidade. A média de idade da menarca foi de 12,46 anos; 50,7% apresentaram ciclos menstruais regulares; 59,3% fluxo menstrual aumentado; 54,8% infertilidade; 64% endometriose infiltrativa profunda (DIE); 94,7% dismenorreia; 73,5% dor pélvica; 62,3% dispareunia e 49,3% alteração intestinal cíclica. A frequência dos genótipos CYP2C19*1/*2 ou*2/*2 foi 26,7%, enquanto 21,2% eram *1/*17 ou *17/*17, 4,8% *2/*17 e47,3% foram consideradas *1/*1por não apresentarem os alelos *2e/ou *17. Os genótipos CYP2C19*1/*2e *2/*2,definidos como metabolizadores intermediários e lentos, interagirampositivamente com os fatores como menarca precoce (OR=2,54 IC 95% 1.11 –5.82)e o hábito de consumir bebida alcoólica (OR=3,09 IC 95% 1.15 –8.32). Os genótipos CYP2C19*1/*17 e *17/*17, definidos como metabolizadores ultrarrápidos interagiramnegativamente com a prática de exercício físico (OR=0,28 IC 95% 0.11 –0.70) e ter um score de alimentação saudável (OR=0,59 IC 95% 0.36 –0.97). Em conclusão, nosso estudo sugere uma importante interação entre polimorfismos no gene CYP2C19e alguns fatores ambientais selecionados no risco da endometriose. O CYP2C19*2parece interagir com a menarca precoce e com o consumo de álcool, aumentando o risco de endometriose. Já o CYP2C19*17apresentou interação com o padrão de consumo saudável e com a prática de atividade física. Esse estudo pode auxiliar na compreensão da etiologia endometriose, além de contribuir para delinear possíveis intervenções em saúde pública, sobre os fatores ambientais modificáveis, que podem interagir com a CYP2C19 e modular o risco de desenvolvimento da endometriose na população brasileira. |