Vigilância entomológica da doença de Chagas na região centro-oeste de Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Villela, Marcos Marreiro
Orientador(a): Dias, João Carlos Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/21046
Resumo: A doença de Chagas (DCH) representa um grave problema de saúde pública no Brasil e em outros países latino-americanos. Atua lmente a DCH encontra-se virtualmente controlada, e o programa brasileiro está na etapa da vigilância epidemiológica (VE), restando como um dos prin cipais desafios à manutenção desta vigilância. Após a descentralização da saúde, que promoveu a transferência das responsabilidades das ações de controle das endemias para os Estados e municípios , algumas entidades municipais passaram a enfrentar dificuldades na execução do Programa visto não terem tradição no controle das endemias. O trab alho objetivou avaliar qual a situação atual da VE da DCH em 54 municípios da região cen tro – oeste de Minas Gerais, coordenados pela Gerência Regional de Sa úde de Divinópolis, após a de scentralização da saúde, com vistas no aprimoramento do processo. Também se avaliou os conhecimentos e práticas adotadas pelos agentes municipais na nova realidade administrativa e o conhecimento atual que a população apresenta sobre os tr iatomíneos e a DCH, no município de Bambuí. No período de julho de 2003 até junho de 2007, foram realizadas 776 capturas de triatomíneos, contabilizando 1390 insetos, provenientes de 37 municípios. A espécie prevalente foi Panstrongylus megistus (99,3% das capturas). As capturas foram distribuídas em 433 notificações (55,8%), 201 atendimentos (25,9%), e 142 Pesquisas Ativas (PA) (18,3%). Embora o maior númer o de capturas ocorra nas notificações (55,8%), a maior quantidade de insetos é pe ga durante os atendimentos, somados às PA ́s . Com relação ao hábito alimentar dos triatomíneos, as aves (70%) e os humanos (22,5%) constituíram as principais origens a limentares dos insetos. Foi diagnosticado um índice de insetos positivos para flagelados semelhantes ao Trypanosoma cruzi de 8,3%, e alguns ingurgitados de sangue hu mano. No que tange as práticas e conhecimentos dos agentes municipalizados, dos 35 funcionários entrevistados, 77,1% (27) comentaram ter dificuldades na r ealização do trabalho, sendo mais material educativo, melhores salários e maior valoriza ção do cargo pela prefeitura as principais sugestões citadas pelos mesmos para melhor ar o Programa. Quanto aos conceitos da população em relação aos triatomíneos e a DC H, notou-se que tanto os adultos quanto as crianças apresentam bom conhecimento geral, todavia 18,4% dos adultos e 36,2% das crianças não souberam apontar alguma atitu de para se evitar/combater os insetos vetores. No conjunto, os dados reco mendam fortemente a continuidade e aprimoramento da VE na área em questão.