Avaliação in vitro dos efeitos tóxicos do pirimifós-metil associado ao butóxido de piperonila

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campos, Fernanda Moura Costa de Oliveira
Orientador(a): Ferraris, Fausto Klabund, Garcia, Esdras Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60068
Resumo: Na atualidade, o uso dos agrotóxicos é cada vez mais intenso e disseminado no Brasil, tanto no ambiente rural como no urbano, com objetivo de combater as pragas. Essas substâncias apresentam algum grau de toxicidade sobre ecossistemas e organismos vivos que vão desde intoxicação aguda a efeitos crônicos. Com base nesta problemática, o objetivo deste estudo foi avaliar a citotoxicidade e genotoxicidade do pirimifós-metil (PMF) e o butóxido de piperonila (PBO), tanto na forma isolada como combinada, através de ensaios in vitro, em células alvos de diversas origens teciduais (AMJ2-C11, RAW 264-7, H9C2, HepG2 e HEK 293), em diferentes tempos de exposições (24, 48, 72 e 96 horas). A linhagem de macrófagos AMJ2-C1 apresentou sensibilidade à toxicidade do PMF, do PBO e a mistura das duas substâncias, somente nas maiores concentrações (50 e 100 μg mL-1), a partir da exposição de 72 horas, sendo observado resultado muito semelhante com a linhagem RAW 264-7. A célula de origem muscular cardíaca H9C2 também apresentou toxicidade às substâncias testes no maior tempo de exposição (96 horas). A linhagem HepG2 ao ser exposta ao PMF e PBO isoladamente não apresentou efeito citotóxico, porém o MIX foi mais citotóxico para a célula na concentração 100 μg mL-1 nas exposições de 48, 72 e 96 horas. A célula HEK 293 na exposição de 24 horas não apresentou efeito citotóxico em nenhumas das concentrações das substâncias analisadas, no entanto nas exposições de 48 e 72 horas apresentaram efeitos citotóxicos nas maiores concentrações do PMF, PBO e MIX. Já na exposição de 96 horas a célula HEK 293 não teve efeito citotóxico ao ser exposta ao PMF e PBO, mas no MIX houve feito citotóxico nas maiores concentrações. Este trabalho aponta que nas exposições mais prolongadas e nas maiores concentrações o PMF, PBO e a mistura inibem a viabilidade das células em vários níveis de susceptibilidade nas diferentes células analisadas, sendo que esta sensibilidade dependente do tipo celular. No ensaio de genotoxicidade, a célula HepG2 e células de sangue total de camundongos ao serem expostas ao PMF, PBO e MIX não apresentaram efeitos genotóxicos. Com base nos resultados encontrados, conclui-se que dependendo do tipo celular testado, o PMF e PBO apresentam individualmente efeitos tóxicos variados e a associação das duas substâncias em alguns tempos exposições e nas maiores concentrações apresentam efeito sugestivo de sinergismo. Esses resultados apontam a importância de se conhecer melhor os efeitos tóxicos de agrotóxico PMF e sinergista PBO na predição de potenciais riscos à saúde humana