Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Salles, Mauricio Monteiro de |
Orientador(a): |
Ramalho, Marina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/45900
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Resumo: |
Por sua importância científica e estratégica para o Brasil, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) foi tema de séries de reportagens nas emissoras nacionais de televisão. Neste estudo, selecionamos nos sites dessas emissoras e no YouTube, 18 reportagens sobre o ASPSP produzidas pela TV Globo, TV SBT, TV Band, TV Brasil e Record TV. O objetivo deste trabalho é verificar como os programas jornalísticos dos canais de TV aberta brasileiros retratam a ciência oceânica e os cientistas que trabalham no mar, utilizando como estudo de caso a cobertura sobre o ASPSP. Como metodologia, adaptamos para o nosso objeto de estudo o protocolo de análise de conteúdo de telejornais desenvolvido pela Rede Ibero-americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico. Entre os resultados, verificou-se que, enquanto na literatura acadêmica destaca-se o estereótipo do cientista homem com jaleco branco e óculos de grau que trabalha em laboratórios, nas reportagens analisadas, eles usam roupa de mergulho, camiseta, bermuda e óculos escuros, e aparecem trabalhando majoritariamente no fundo do mar. Entre os estereótipos clássicos dos cientistas, o que mais se aproxima dos cientistas das reportagens é o estereótipo do cientista aventureiro, aquele que enfrenta perigos e obstáculos naturais para obter sucesso em suas pesquisas. Os atores sociais com maior tempo de fala nas reportagens foram os cientistas, seguidos pelos militares, o que confirma a relevância científica das reportagens. Os cientistas foram ouvidos sobre temas relacionados ao meio ambiente, pesquisas científicas, saúde, potencial científico do arquipélago, riscos inerentes às pesquisas marinhas realizadas no ASPSP, e seus sentimentos e emoções. Temas críticos, como financiamento das pesquisas oceânicas e impactos sociais causados pelas políticas públicas de preservação ambiental estiveram ausentes das falas dos cientistas. Um grupo relevante para a ocupação do arquipélago, mas que praticamente não teve voz nas matérias, foi o de pescadores. Os principais enfoques abordados nas reportagens foram o científico e tecnológico, o ambiental e o militar. Os menos abordados foram o social e o histórico. Embora nas reportagens tenham sido entrevistados sete cientistas homens e seis cientistas mulheres, o tempo de fala dos cientistas homens foi quase duas vezes maior do que o tempo de fala das mulheres cientistas. O preconceito envolvendo o trabalho de pesquisadoras no campo também foi verificado, bem como imagens que associam o trabalho doméstico às mulheres cientistas. |