Agrotóxicos na mídia: análise da cobertura feita pelo jornal Nexo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Custódio, Juliane Costa
Orientador(a): Massarani, Luisa Medeiros
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/45996
Resumo: Após a Segunda Guerra Mundial, os agrotóxicos começaram a ser comercializados e, desde sua implantação, seu uso expandiu, ganhando o mercado brasileiro e contribuindo para a expansão agrícola do país. A Lei nº 7.802 de 1989 define os agrotóxicos como agentes físicos, químicos ou biológicos que são destinados à produção agrícola a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Dois Projetos de Lei estão sendo discutidos no Congresso Nacional a fim de alterar a legislação atual que define e regula o uso, a comercialização e a importação dos agrotóxicos. O tema recebe atenção da sociedade por conta dos impactos na saúde humana e no meio ambiente, além de se mostrar controverso quando se associa aos aspectos político-econômicos, tornando-se pauta recorrente na mídia. O objetivo desta pesquisa é analisar, quali-quantitativamente, os textos do jornal digital Nexo que tratam sobre agrotóxicos. Nossos objetivos específicos são: identificar quais narrativas são privilegiadas pelo jornal para retratar o tema; analisar os tratamentos feitos pelos autores dos textos; verificar qual a visão geral (positiva ou negativa) que o jornal aplica à cobertura do tema; investigar quais as principais fontes e vozes utilizadas na construção dos textos; identificar as localidades dos objetos e pesquisadores/instituições de pesquisa abordadas. O período de tempo da coleta foi de novembro de 2015 a outubro de 2019, totalizando quatro anos, tendo como ponto de partida a criação do jornal. Nosso corpus é de 36 textos, que foram submetidos à análise de conteúdo, para a qual utilizamos o protocolo elaborado pela Rede Iberoamericana de Capacitação e Monitoramento em Jornalismo Científico. O jornal aborda o tema enfatizando a narrativa político-econômica e pouco retrata o viés científico do assunto, embora as vozes mais ouvidas tenham sido de cientistas e pesquisadores. A visão geral empregada na cobertura pelo jornal foi negativa com relação aos agrotóxicos, visto que foram retratados mais riscos e danos do que benefícios e promessas desses produtos. As fontes mais utilizadas foram outros jornais e agências de notícias. Além disso, foi identificada uma quantidade considerável de textos com controvérsias que excedem o âmbito científico do tema. O jornal privilegia a cobertura nacional do tema, mas compara frequentemente a política brasileira de liberação de agrotóxicos com outros países desenvolvidos.