Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Ricardo dos Santos |
Orientador(a): |
Moraes, Milton Ozório |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28096
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Resumo: |
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa crônica, de evolução lenta e formas clínicas distintas, causada pelo Mycobacterium leprae e Mycobacterium lepromatosis, que infectam células nos nervos e na pele. É relatado que animais atuam como reservatórios e podem ser hospedeiros intermediários do bacilo. Entretanto, a transmissão da doença ocorre principalmente pelo contato direto entre pacientes multibacilares e contatos intradomiciliares, onde a principal via de eliminação de bacilos ocorre pelas vias aéreas superiores. Neste trabalho, foram utilizadas estratégias baseadas em métodos epidemiológicos, sorológicos e moleculares para a identificação, a triagem e o diagnóstico precoce de casos novos de hanseníase no município de Rio Branco/AC. A análise epidemiológica da doença no ano de 2016 revelou taxas de detecção altas (1,62/10.000 habitantes), sendo hiperendêmica a taxa de prevalência acumulada (29,76/10.000 habitantes) no período 2006-2016. A análise espacial revelou que houve redução no número de casos novos de hanseníase no triênio 2014-2016, ocorrendo o mesmo para a taxa de detecção média no período. Para avaliar a soropositividade de pacientes e contatos intradomiciliares, foram realizados testes rápidos (NDO-LID e ML-Flow (PGL-1)) em 150 pacientes, 119 contatos e 89 controles. Destes, 53,6% (59/110) foram positivos em pacientes multibacilares e 22,5% (9/40) em pacientes paucibacilares. Nos contatos, 37% (44/119) dos testes foram positivos, sendo considerado muito alto. Para os controles, 30,3% (27/89) dos testes rápidos foram positivos, o que sugere uma alta taxa de infecção e possivelmente uma transmissão ativa da doença A detecção do DNA de M. leprae, a partir de amostras de pacientes (n=213) e contatos (n=213), foi realizada através da qPCR para o gene 16S (rDNA). Das amostras positivas para a qPCR, observada no grupo de estudo mais recente (2016-2017), 19 amostras (86,36%) foram de pacientes multibacilares, 01 amostra (4,5%) de paciente paucibacilar e 02 amostras (9,1%) de contatos. Os resultados obtidos apresentaram 100% de positividade em pacientes multibacilares não-tratados ou no início do tratamento (até três meses). As análises genéticas em relação aos polimorfismos associados à hanseníase, realizadas a partir de um estudo caso-controle, recrutou um total de 768 indivíduos (pacientes (n=157) e controles (n=611)). A genotipagem de polimorfismos para os SNPs dos genes PKLR (rs4620533, rs4971072, rs11264355) e OASL (rs3213545) revelou que não houve uma diferença significativa entre as frequências dos genótipos e alelos no grupo de casos e controles na população estudada. A análise espacial demonstrou que ainda existem muitas áreas hiperendêmicas para a hanseníase, onde pode ser realizada a busca ativa de casos novos. A alta positividade dos testes rápidos em contatos e controles indica a circulação ativa do M. leprae, o que coloca em dúvida sua utilização para a triagem da doença. A análise molecular (qPCR) teve baixa taxa de positividade, mas poderia ser utilizada no rastreamento e diagnóstico precoce da população de risco para a hanseníase. Os loci investigados no estudo genético não replicaram achados anteriores do nosso grupo, demonstrando que são necessários estudos de ancestralidade e a investigação de novas regiões do genoma na tentativa de se definir um painel de SNPs de suscetibilidade à hanseníase. |