Características clínicas, epidemiológicas, espacial e filogeográfica das espécies causadoras da hanseníase.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Finardi, Amanda Juliane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194166
Resumo: Apesar dos esforços, com a implementação de estratégias de controle e do importante progresso alcançado no manejo clínico e no tratamento, a hanseníase permanece endêmica no Brasil. O enfrentamento da doença é prioridade para o Ministério da Saúde (MS), sendo as principais estratégias de ação a detecção precoce de casos novos e o exame de contatos, com o intuito de prevenir as incapacidades físicas e favorecer a quebra na cadeia de transmissão. No entanto, mesmo na presença de um conjunto de ações, a hanseníase mantém parâmetros de alta endemicidade nas regiões Norte e Centro-Oeste. O estado do Mato Grosso, por exemplo, permanece como hiperendêmico há muitos anos, sendo que em 2018 a taxa de detecção geral do estado foi de 138.3/100mil habitantes. O presente estudo foi realizado por meio de duas abordagens distintas no Município de Rondonópolis/ Mato Grosso: A primeira se propôs a descrever e contextualizar a hanseníase em Rondonópolis (MT), a partir da análise do perfil clínico-epidemiológico e geográfico e assim realizar um diagnóstico das possíveis causas de manutenção da endemia. A segunda, identificar a presença de M. lepromatosis por meio da PCR Multiplex, com a finalidade de investigar sua distribuição e frequência. Na avaliação do perfil clínico-epidemiológico e espacial da hanseníase no período de 2011 a 2015 verificamos um predomínio de 59% de casos em homens com idade entre 35 e 59 anos. Observamos que 12% dos casos apresentaram grau de incapacidade no momento do diagnóstico e que 8% dos casos avaliados foram em menores de 15 anos. Na avaliação espacial observamos que a hanseníase está distribuída nos 5 setores administrativos do município, com as regiões Oeste e Norte apresentando grandes clusters, incluindo casos em menores de 15 anos. Na análise para a diferenciação entre isolados de M. leprae e M. lepromatosis a partir de um banco de DNA de pacientes com hanseníase, diagnosticados entre 2007 e 2010 em Rondonópolis, verificamos a existência de infecção mista com ambos os patógenos em pacientes com diferentes polos da doença. Notou-se que para os casos de infecção mista havia uma maior frequência em mulheres e casos paucibacilares. A análise multivariada mostrou também que ser mais jovem e ter menor índice baciloscópico nos tecidos foram fatores independentes para infecção pelo M. lepromatosis. Assim sendo, o conjunto de dados clínicos, epidemiológicos e demográficos obtidos e avaliados sobre a hanseníase no município de Rondonópolis sugere que a existência de focos da doença e links de transmissão estejam subnotificados. Também se observou que a associação de casos de M. lepromatosis em mulheres e em indivíduos com menor idade é um fator que necessita ser melhor investigado com a finalidade de entender o porquê dessa relação.