Atenção à saúde do portador de pé diabético: prevalência de amputações e assistência preventiva na Rede Básica de Saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Santos, Isabel Cristina Ramos Vieira
Orientador(a): Carvalho, Eduardo Maia Freese de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3900
Resumo: Dentre as doenças crônicas não-transmissíveis, o diabetes mellitus se destaca desde o século passado, pela sua magnitude e gravidade com dimensão mundial. Esta doença não pode ser vista como entidade única, devendo-se estender a pesquisa a suas complicações, incluindo o pé diabético. O estudo apresentado é inédito quanto ao objetivo de analisar a atenção à saúde dos pacientes com pé diabético no que concerne à prevalência de amputações e os fatores associados com cuidados preventivos na Rede Básica de saúde. É dividido em duas etapas, na primeira, foram analisados os prontuários de todos os pacientes admitidos na clínica vascular de um hospital de grande porte da cidade de Recife (4.633), no período de 1990 - 1992, 1995 - 1997 e de 2003 - 2005, e na segunda, foi realizada entrevista com 137 pacientes internados no mesmo hospital, no período de 2006 a 2007. Os resultados mostram elevadas taxas de hospitalização por pé diabético e amputações. No que se refere ao nível e estado de ocorrência, foram observados valores mais elevados para amputação de nível maior e primeira amputação, embora com declínio no período considerado. O número de procedimentos conservadores aumentou durante os três períodos. A prevalência de amputações foi maior no grupo etário de 60 anos ou mais, provenientes da Região Metropolitana, entre indivíduos com 0 a 4 anos de estudo e com renda de até 3 salários mínimos. A análise por regressão logística das variáveis estudadas na primeira etapa do estudo, mostraram uma associação entre amputação e glicemia superior a 126 mg/dl, ocorrência de amputação anterior, presença de gangrena, não realização de procedimentos conservadores e tabagismo. Quanto aos cuidados preventivos na Rede Básica de Saúde, observou-se associação de amputações com: presença de gangrena à admissão, tempo de ocorrência do problema atual de mais de um mês, falta de informação dos resultados dos exames de glicemia e falta de orientação sobre cuidados com os pés. Conclui-se que o decréscimo no quantitativo amputações, no número de amputações de nível maior, bem como de primeira amputação sugerem melhorias no atendimento ao longo dos nove anos considerados, no entanto, a gravidade dos ferimentos à admissão hospitalar, o deficiente controle glicêmico entre outros fatores atestam para dificuldades que ainda existem quanto ao diagnóstico precoce e acompanhamento desses pacientes na Atenção Básica nesta cidade