Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Bandeira, Mariana Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-24022021-102926/
|
Resumo: |
Neuroartropatia de Charcot (NC) é a destruição progressiva e degenerativa dos ossos e articulações dos pés, secundária à neuropatia periférica grave: uma condição devastadora e incapacitante. Tal condição predispõe ao aumento da força mecânica nos pés e à ocorrência de reabsorção óssea, fraturas, trauma, inflamação e amputação. Estudos epidemiológicos nacionais sobre a ocorrência desta lesão e a taxa de amputação são escassos. Objetivo: Mensurar a incidência cumulativa de amputações por NC e respectivos fatores preditivos em pessoas com DM. Métodos: Trata-se de estudo observacional, epidemiológico, de coorte histórica, descritivo e exploratório. Foi realizado com 114 pacientes com Diabetes tipos 1 ou 2, que tiveram amputação de qualquer segmento dos MMII, com seguimento no período de 2015 a 2019 em dois serviços ambulatoriais de hospitais escolas, especializados no atendimento a adultos com Diabetes Mellitus e/ou complicações nos pés, na cidade de São Paulo. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e das instituições coparticipantes. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário desenvolvido pela pesquisadora, contendo variáveis sócio demográficas (sexo, idade e cor), características das amputações (NC como variável dependente, doença arterial periférica, úlcera infectada, fratura, osteomielite e outras) e variáveis clínicas (Índice de Massa Corporal (IMC); Diabetes tipo 1 ou 2, tempo de diagnóstico do DM, tratamento com insulina, hemoglobina glicada (HbA1c); creatinina; tabagismo e etilismo; hipertensão arterial sistêmica (HAS), retinopatia diabética, doença renal do diabetes, neuropatia periférica diabética, infarto agudo do miocárdio (IAM), doença arterial periférica (DAP) e acidente vascular encefálico (AVE); características da amputação (nível e lateralidade), além das variáveis relacionadas à NC (tempo de amputação em relação ao diagnóstico da NC, diagnóstico da NC na fase aguda e tratamento implantado na fase aguda); evolução do paciente após a amputação (óbito, osteomielite, infecção, reabilitação/ seguimento ambulatorial e outras amputações após a primeira). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, frequência absoluta e relativa para as variáveis categóricas e média, desvio padrão, valor mínimo e máximo para as vaiáveis numéricas. A associação entre a variável dependente (amputação por NC) com as demais variáveis foi realizada aplicando-se dois testes: Exato de Fisher e Qui-quadrado. Para as variáveis numéricas os testes Two Sample t-test e Wilcoxon-Mann-Whitney test. Após os testes de associação, construiu-se o modelo de regressão logística binária múltipla para identificação das variáveis relacionadas ao desfecho. Resultados: Dos 114 pacientes amputados, 27 o foram por NC, perfazendo incidência de 23,7%. As análises bivariadas mostraram diferenças estatisticamente significativas para DAP e HbA1c. Após duas análises de regressão logística incluindo respectivamente idade, gênero masculino, uso de insulina, creatinina, ex-etilista, etilismo, ex-tabagista, tabagismo, HAS, retinopatia, doença renal do diabetes, IAM, DAP e AVE, somente a idade apresentou probabilidade estatisticamente significativa com a ocorrência de NC (OR= 0,989; p=0,017). Conclusão: Com incidência de 23,7% para amputações por NC entre pacientes diabéticos, em duas instituições ambulatoriais na cidade de São Paulo, detectou-se que a ocorrência de NC foi estatisticamente significativa em pessoas mais jovens. |