Resposta antiviral em células LL5 de Lutzomyia longipalpiscomparativo entre infecção por vírus da Estomatite Vesicular (VSV) e dsRNA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Carvalho, Eudislaine Fonseca de
Orientador(a): Pitaluga, André Nóbrega
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13940
Resumo: As doenças transmitidas por insetos vetores são de grande importância para saúde pública. No Brasil, as principais doenças compreendem a malária, doença de Chagas, leishmaniose, dengue e febre amarela. O inseto vetor flebotomíneo é o principal transmissor da leishmaniose. Porém, também são vetores de outros agentes patogênicos e hospedeiros de diversos outros microrganismos, tais como bactérias, fungos e arbovírus. Os arbovírus são biologicamente transmitidos entre hospedeiros vertebrados por insetos hematófagos. Sua distribuição ocorre de forma global, porém a maioria é encontrada em áreas tropicais, onde as condições climáticas permitem a transmissão durante todo o ano. Os arbovírus do gênero Vesiculovírus, Orbivírus e Phlebovírus são os mais comuns encontrados em flebotomíneos. Além destes gêneros isolados do próprio inseto, os vírus Mayaro e do Oeste do Nilo também são capazes de infectar uma linhagem celular (LL5) da espécie Lutzomyia longipalpis. A resposta imune é essencial para os artrópodes sobreviverem aos agentes patogênicos, as principais vias envolvidas na resposta imune de artrópodes incluem a via Imd, Toll e Jak/Stat. Os artrópodes possuem diversos mecanismos contra infecção viral, entre eles a apoptose, a via de RNA de interferência (RNAi) e a autofagia. O mecanismo utilizado pela maioria dos vetores é o silenciamento da expressão gênica dos vírus através da via do RNAi Esta via é amplamente conservada em diferentes espécies e se baseia na complementariedade do RNA dupla fita (dsRNA) para degradação de mRNA, sendo assim uma resposta sequência específica. A via Jak/Stat também tem sido associada à resposta antiviral. O gene responsivo a vírus, Vago, atua como um interferon like e é responsável pela ativação de Jak/Stat. A única descrição que existe sobre a resposta antiviral em flebotomíneos é uma resposta inespecífica, que é ativada por qualquer dsRNA. Como não se tem conhecimento preciso dos mecanismos de defesa antiviral neste inseto, nosso trabalho avalia o papel de diferentes componentes do sistema imune no mecanismo de defesa antiviral em células LL5. Realizamos dois modelos eficientes de infecção com vírus VSV e mimetização da infecção, através de transfecção de poly I:C (dsRNA), em células LL5 e em células Aag2 de A. aegypti para o estudo da resposta antiviral. Após a infecção ou transfecção de dsRNA avaliamos o perfil de expressão de alguns genes da resposta antiviral: Dicer 2, Vago, Stat, Defensina e Atg18. LL5 apresentou uma resposta a infecção com VSV diferente das células Aag2, sendo que nestas células a dsRNA é capaz de ativar uma resposta antiviral contra VSV, diferentemente das células LL5. Sugerimos também que a resposta antiviral de LL5 contra infecção com VSV ocorra através do mecanismo de autofagia, pois, outros genes clássicos da via de RNAi e Jak/Stat (Dicer, Vago e Stat) não foram modulados positivamente neste modelo