Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Maués, Paula Zanuto |
Orientador(a): |
Nascimento, Marcos Antonio Ferreira do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54314
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Resumo: |
Experiências de pesar são esperadas diante da vivência de uma perda significativa. Os processos de luto correspondem a fenômenos subjetivos e sociais: são vividos de maneira singular, mas os modos pelos quais são erigidos, sentidos e expressados por cada pessoa se associam intimamente à cultura. O árduo trabalho de elaboração com o qual se confrontam os enlutados envolve a construção de outros sentidos para as experiências de vida frente à ausência do ente querido. Estudos voltados às experiências de homens/pais enlutados vêm destacando o seu encontro com um parco acolhimento social em situações dolorosas e marcadas por delicadezas. Isso parece se acentuar nos casos em que se trata da perda precoce de um(a) filho(a). Esta pesquisa de abordagem qualitativa, com um referencial socioantropológico, busca compreender as ressignificações da paternidade vividas por homens que passaram por processos de luto pela perda de um(a) filho(a) ainda no tempo da primeira infância. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas em ambientes digitais com oito pais que frequentavam espaços de trocas sobre a paternidade e/ou o luto. Os resultados foram analisados e organizados em três categorias: representações sobre a paternidade; a experiência do luto; e ressignificações da paternidade. Os resultados mostraram um significativo envolvimento desses pais no cuidado com os(as) filhos(as) e permitiram conhecer mais acerca dos complexos processos de luto vividos por eles. Foi possível constatar também que há efeitos importantes do apoio encontrado, o que evoca a necessidade da construção de uma maior sensibilidade social à dor paterna. As ressignificações evocadas pelos pais abarcaram desde mudanças pessoais a iniciativas de mobilização pública pautadas pela solidariedade. Dentre as repercussões pessoais, destacaram-se: a maior atenção aos filhos no tempo presente; a construção de outro olhar para os próprios sentimentos a partir da paternidade; o seguir com as memórias vivas do(a) filho(a) que se foi. A mobilização pública se associou à ampliação da visibilidade às experiências vividas com os(as) filhos(as) adoecidos e/ou ao próprio luto paterno. Os mandatos culturais da masculinidade incidem na produção da invisibilização social do luto dos pais e, assim, atravessam também as práticas e estudos no campo da Saúde. Diante da escassez de pesquisas dedicadas às interseções entre luto e paternidade, espera-se contribuir para que as equipes e serviços de saúde encontrem elementos que auxiliem na assistência humanizada a esses casos. |