Morbidade auto-referida: inter-relações entre as medidas utilizando os dados da pesquisa mundial de saúde no Brasil, 2003

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Theme Filha, Mariza Miranda
Orientador(a): Szwarcwald, Celia Landmann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4518
Resumo: Esta tese foi elaborada sob a forma de três artigos, analisando os dados da Pesquisa Mundial de Saúde, realizada no Brasil em 2003. Trata-se de um inquérito de base populacional, representativo da população brasileira residente em domicílios permanentes. Foram selecionados 5.000 indivíduos com 18 anos ou mais, por amostragem probabilística, realizada em três estágios: setores censitários, domicílio e indivíduo selecionado para responder ao questionário. O primeiro artigo, intitulado “Características sócio-demográficas, cobertura de tratamento e auto-avaliação da saúde dos indivíduos que referiram seis doenças crônicas no Brasil, 2003”, abordou o perfil dos entrevistados que responderam afirmativamente à pergunta sobre a presença de diagnóstico de seis doenças crônicas: artrite, angina, asma, esquizofrenia, depressão e diabetes. Ao se comparar a prevalência desses agravos segundo idade e sexo, com aqueles que não referiram nenhuma destas doenças, verificou-se um aumento da prevalência com a idade, sendo todas as doenças mais freqüentes entre as mulheres, exceto a angina. Neste estudo, destacou-se a elevada prevalência da depressão em ambos os sexos. Em relação à cobertura de tratamento (pelo menos uma vez na vida) e o uso de medicamentos nas duas últimas semanas, foi evidenciada a baixa cobertura em ambas as situações. A análise da escolaridade revelou taxas significativamente mais elevadas de doença entre aqueles com ensino fundamental incompleto entre os portadores de diabetes. A presença de qualquer uma das doenças analisadas associou-se positivamente com pior auto-avaliação de saúde. No segundo artigo, “Medidas de morbidade referida e percepção de doença de longa duração: uma análise dos dados da Pesquisa Mundial de Saúde no Brasil” avaliou-se as inter-relações entre as três medidas de morbidade referida: auto-5 avaliação de saúde, percepção de doença de longa duração e a presença de diagnóstico auto-referido das seis doenças pesquisadas. Consistentemente, as mulheres referiram pior auto-avaliação de saúde e maior percepção de doença de longa duração quando comparadas com os homens, assim como aqueles com 50 anos ou mais, quando comparados com os mais jovens. Os entrevistados com diagnóstico de diabetes apresentaram as piores avaliações da sua saúde. Quanto maior a associação de doenças (presença de co-morbidades), tanto pior a avaliação da própria saúde. Conclui-se que as medidas utilizadas para avaliação do estado de saúde mostraram inter-relações significativas, sendo suficientemente sensíveis para monitorar o bem-estar do indivíduo, através de perguntas simples, que podem ser utilizadas em inquéritos de saúde regulares. Finalmente, no terceiro artigo, “Morbidade referida e utilização de serviços de saúde no Brasil”, abordou-se a relação entre as medidas de morbidade e o uso de serviços de saúde. Por meio de procedimentos de regressão logística, verificou-se que a percepção de doença de longa duração foi a medida que melhor explicou o uso de serviços. Além disso, observou-se que indivíduos com menor escolaridade são mais suscetíveis a iniqüidades no acesso e uso de serviço de saúde, ainda que com pior auto-avaliação da sua saúde.