Acesso a medicamentos pela população adulta brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Drummond, Elislene Dias
Orientador(a): Andrade, Fabíola Bof de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16417
Resumo: O objetivo desse estudo foi estimar a prevalência e investigar os fatores associados ao acesso, pela população adulta brasileira, a medicamentos prescritos. Além disso, foram descritos a presença de dispêndio monetário para obtenção, o local de obtenção dos fármacos e os motivos para o não acesso. Com base em um delineamento transversal, a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, analisou-se uma amostra representativa da população brasileira, composta por indivíduos maiores de 18 anos, que tiveram medicamentos prescritos por profissional de saúde, nas duas semanas anteriores a realização da pesquisa. A principal variável dependente foi o acesso a medicamentos prescritos, categorizada em: acesso total (acesso a todos os medicamentos prescritos), acesso parcial (acesso a alguns medicamentos prescritos), acesso nulo (nenhum acesso a medicamentos prescritos). Como variáveis independentes, foram estudadas condições demográficas (sexo, idade, cor da pele, relação conjugal), condições socioeconômicas (macrorregião de residência, escolaridade), estilo de vida (prática de atividade física), condições de saúde (número de doenças crônicas e autoavaliação do estado de saúde) e acesso a serviços de saúde (domicílio cadastrado na Estratégia Saúde da Família - ESF, filiação a plano de saúde, e último local de atendimento). Realizou-se análise descritiva dos dados, seguida por análise bivariada por meio do teste qui-quadrado com correção de Rao Scott e regressão logística multinomial. Os resultados mostraram alta prevalência de acesso total a medicamentos no Brasil [83,0%, IC (95%) 81,3-84,6)] e regiões (Sudeste: 83,6%, Sul: 85,4%, Centro-oeste: 83,1%, Nordeste: 81,7% e Norte: 74,4%). A maioria dos indivíduos teve dispêndio monetário com a obtenção dos fármacos (63,9%), sendo que os principais motivos para o não acesso a todos os medicamentos foram a indisponibilidade do medicamento no serviço público de saúde (57,6%) e a ausência de dinheiro para a compra (11,9%). A partir da análise ajustada, observou-se, no Brasil, maiores chances de acesso parcial para os indivíduos do sexo feminino e pessoas cujo último local de atendimento foi o serviço público. Maior chance de acesso nulo foi associada à cor de pele não branca. Entre as regiões, as pessoas cujo local do último atendimento foi o serviço público apresentaram significativamente mais chances de acesso parcial no Sudeste, Sul e Nordeste. De forma geral, os resultados revelam que o acesso a medicamentos é desigual e associado a condições socioeconômicas. Assim, o fortalecimento do SUS é fundamental para a distribuição gratuita de fármacos, de modo a reduzir as iniquidades no acesso a medicamentos.