Aspectos clínicos e epidemiológicos da coqueluche em Salvador nos anos de 2011 a 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araújo, Lucas de Oliveira
Orientador(a): Campos, Leila Carvalho, Reis, Mitermayer Galvão dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50404
Resumo: INTRODUÇÃO: A coqueluche é uma doença respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis, de distribuição global. A vacinação tem sido crucial para a redução dos casos anuais da doença em todo o mundo. Entretanto, vem-se observando a reemergência da doença na última década em vários países, incluindo o Brasil. OBJETIVOS: 1) Geral: analisar os aspectos clínicos e epidemiológicos associados à confirmação dos casos de coqueluche notificados em cinco hospitais de Salvador, Bahia, no período de 2011 a 2016; 2) Específicos: a) descrever os aspectos sóciodemográficos, clínicos e epidemiológicos; b) verificar os critérios de confirmação dos casos, a situação vacinal dos pacientes, as medidas de investigação adotadas e o desfecho da doença. MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo descritivo e retrospectivo foi realizado em cinco hospitais de Salvador que relataram o maior número de casos suspeitos de coqueluche durante o período de 2011 a 2016. Os prontuários e as fichas de notificação foram analisadas coletando-se os dados sociodemográficos e clínico-epidemiológicos dos pacientes. A análise bivariada foi utilizada para avaliar diferenças entre os grupos (casos confirmados vs. casos não confirmados) através do Teste do Qui-Quadrado de Pearson e do Teste Exato de Fisher. RESULTADOS: De 529 casos suspeitos de coqueluche analisados, 29,7% (157/529) foram confirmados pelos critérios laboratorial, clínico ou clínico-epidemiológico, prevalecendo o critério clínico (63,6%; 100/157). Os indivíduos não vacinados (43,3%; 68/157) foram os mais afetados, seguidos daqueles nas faixas etárias de 2-3 meses (37,6%; 59/157) e <2 meses (31,2%; 49/157). De modo geral, \226450% dos casos confirmados apresentaram um esquema vacinal completo. Todos os casos investigados apresentaram tosse associada a um ou mais sintomas, principalmente tosse paroxística (66,9%; 105/529) (p=0,001) e cianose (66,2%; 104/529) (p<0,001). CONCLUSÕES: Nossos resultados indicam que a coqueluche ocorreu principalmente em bebês e indivíduos não vacinados. A predominância do critério clínico utilizado para confirmar os casos suspeitos destaca a necessidade de aprimoramento das ferramentas laboratoriais utilizadas para o diagnóstico rápido da coqueluche. Flutuações na ocorrência da infecção demonstram a importância das estratégias de vacinação na melhoria do controle e prevenção da coqueluche.