Efeito da depleção de ferro sobre Leishmania (Viannia) braziliensisuma análise ultraestrutural, proteômica e interação com matrizes de colágeno sintéticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rodrigues, Camila Mesquita
Orientador(a): Jesus, José Batista de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16810
Resumo: Os protozoários do gênero Leishmania necessitam de ferro para gerar formas infectivas, colonizar as células hospedeiras e desenvolver lesões cutâneas em camundongos. O ferro também é essencial para a produção de energia através da cadeia de transporte de elétrons e da fosforilação oxidativa. A presente tese teve como objetivos analisar o efeito da depleção de ferro sobre o crescimento celular, a ultraestrutura, a expressão proteica e a interação de L. (V.) braziliensis com matrizes de colágeno sintéticas. Nossos resultados demonstraram que a depleção de ferro interrompe a proliferação celular e compromete a ultraestrutura da mitocôndria. Este comprometimento é caracterizado pela diminuição da atividade do complexo IV que acarreta na redução do consumo de oxigênio e na despolarização do potencial de membrana mitocondrial. No entanto, enquanto alguns parasitos morrem devido à disfunção mitocondrial outros conseguem resistir ao estresse nutricional e sobreviver. Foi observado que os promastigotas aumentaram a expressão de RNAm dos transportadores de ferro (LIT1) e heme (LHR1) em meio depletado de ferro. Também foram detectados aumentos na expressão proteica de LIT1 e da enzima ferro-redutase (LFR1). Provavelmente, a elevação da expressão dos transportadores possibilita o aumento ou a manutenção da concentração intracelular do metal dos parasitos, contribuindo para sua sobrevivência. O aumento na expressão do RNAm da ferro superóxido dismutase (FeSOD) também deve desempenhar um importante papel na resistência dos parasitos ao estresse oxidativo causado pela depleção de ferro Durante a interação com as matrizes de colágeno, foi observado que as formas promastigotas de L. (V.) braziliensis fazem contato com as fibras tanto pelo flagelo quanto pelo corpo celular, mas o remodelamento das mesmas devido à ação dos parasitos se inicia após períodos de incubação maiores. O perfil enzimático das secreções em meio condicionado e durante a interação com matrizes de colágeno 3D se revelou idêntico, indicando que o colágeno não modula o perfil proteolítico de L. (V.) braziliensis. No entanto, as metalopeptidases provavelmente contribuem para a degradação da matriz, pois uma delas foi identificada diretamente do halo de atividade enzimática sugerindo que é uma das enzimas ativas responsáveis pela degradação do substrato