Identificação e avaliação imunológica de potenciais epítopos de linfócitos T CD4+ e T CD8+ no proteoma de Leishmania (Viannia) braziliensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SILVA, Rafael de Freitas e
Orientador(a): HERNANDES, Valéria Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18397
Resumo: As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e estão presentes em 98 países e territórios e possuem incidência anual de 2 milhões de casos. A Leishmania (Viannia) braziliensis (L.V. braziliensis) é uma das principais espécies causadoras da leishmaniose cutânea (LC) no Brasil. Apesar disso, ainda não há uma vacina segura e eficaz para ser utilizada em seres humanos. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi identificar no proteoma predito de L.V. braziliensis, potenciais epítopos de linfócitos T e avaliá-los por meio de ensaios imunológicos. No primeiro capítulo, o proteoma predito de L. braziliensis foi comparado ao de outras espécies e analisado quanto a presença de epítopos. Nessa etapa foram encontrados epítopos derivados de mais de 8 mil proteínas conservadas entre diferentes espécies de Leishmania. Os epítopos foram clusterizados e então utilizados para etapa de docagem molecular com estruturas de MHC I e MHC II depositadas no Protein Data Bank. A docagem molecular resultou em epítopos peptídicos de 15 aminoácidos com alta afinidade de ligação às moléculas de MHC I e MHC II. Os 10 melhores resultados foram então sintetizados e avaliados, in vitro, quanto à capacidade de estimular a proliferação de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de indivíduos com LC após o tratamento (PT). Os resultados indicaram que 50% das moléculas testadas apresentaram capacidade de estimular, significativamente (p<0,05), a proliferação celular quando comparado às células de indivíduos saudáveis que não vivem em região endêmica para LC. No segundo capítulo, os peptídeos foram avaliados quanto à capacidade de estimular a proliferação de PBMC de indivíduos com LC em sua fase ativa (AD) e indivíduos moradores de área endêmica para LC resistentes à infecção (RT). Em paralelo, quantificou-se a expressão do fator de transcrição T-bet em PBMC de indivíduos PT, e citocinas dos perfis Th1, Th2 e Th17 foram mensuradas no sobrenadante de cultura das células de indivíduos PT e AD. Os resultados demonstraram altos níveis de proliferação nas células do grupo RT para todos os peptídeos testados. Além disso, níveis significativos de Tbet foram observados em linfócitos T CD4+ e CD8+ após estímulo com seis peptídeos. Níveis significativos de IFN-γ, TNF e IL-6 foram observados no sobrenadante das células do grupo PT com quatro dos peptídeos testados. Altos níveis dessas citocinas também foram encontrados no sobrenadante do grupo AD. No terceiro capítulo, avaliou-se o efeito dos peptídeos sobre células dendríticas de medula (BMDC) murinas, produção de citocinas de sobrenadante, e células dendríticas esplênicas murinas após estímulo com os peptídeos. Verificou-se altos níveis de MHC II e CD40 em uma subpopulação de BMDC estimuladas com as moléculas e altos níves de TNF e IL-6 após 48h de estímulo. Para as células esplênicas, foram observados altos níveis de subpopulações celulares expressando CD11b+, IL-12p70+, CD205+ e CD11b+ após estímulo com o peptídeo que teve o melhor resultado in silico. Por fim, os resultados indicam o grande potencial imunogênico que os epítopos identificados apresentam, o que dá suporte ao desenvolvimento futuro de abordagens vacinais.