Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Acácio, Thaís Silva |
Orientador(a): |
Amarante, Paulo Duarte de Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36293
|
Resumo: |
O presente trabalho aborda o processo de Reforma Psiquiátrica no município mineiro de Juiz de Fora. Este esteve inserido no que era popularmente chamado de “corredor da loucura”, em que a expressiva maioria dos leitos psiquiátricos de Minas Gerais se encontrava nos municípios de Belo Horizonte, Barbacena e Juiz de Fora. Outro importante fator histórico é que este teve sua história também marcada pela “indústria da loucura”, chegando ao significativo número de 1792 leitos psiquiátricos, distribuídos em sete hospitais psiquiátricos privados no município na década de 1980. A criação do primeiro estabelecimento psiquiátrico na cidade é ainda em 1939. No entanto, o processo de descredenciamento destes se deu de maneira bastante distinta, sendo que os dois primeiros foram descredenciados ainda na década de 90, e o último no ano de 2015. Para se aproximar desta realidade primeiramente se fez necessária a aproximação com as quatro dimensões da Reforma Psiquiátrica: teóricoconceitual, técnico-assistencial, jurídico-política e sociocultural. Estes conceitos auxiliam na compreensão desta realidade enquanto um processo social e complexo. Outra construção teórica relevante a este estudo foi a análise arqueológica, proposta por Michel Foucault. Isto porque a construção histórica deste estudo não visa um postulado, uma verdade universal, mas as condições de possibilidade dos acontecimentos. Assim, foi feita pesquisa documental em produções acadêmicas, normativas, ou mesmo jornalísticas. Com estes dados coletados fez-se uma construção histórico-documental. Foram realizadas ainda entrevistas semiestruturadas, com pessoas que de alguma forma participaram deste processo: profissionais, gestores e usuários. A escolha dos entrevistados se deu de maneira não probabilística, a partir do método “bola de neve”. Através da transcrição destas entrevistas, produziu-se então uma construção histórica a partir dos olhares, das percepções subjetivas dos entrevistados. Por fim, conclui-se que muitos são os fatores que se comunicam e que fazem parte desta dinâmica construção: a forte tradição manicomial e seus efeitos na cultura do município; a importância da participação social; as particularidades da construção da rede municipal de saúde mental, a constituição dos dispositivos, a territorialidade; a questão política e dos jogos de poder; os efeitos do imaginário social da loucura; e da importância de dar visibilidade a todo este processo. |