Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Félix, Eliana Guimarães |
Orientador(a): |
Waissmann, William |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24269
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Resumo: |
Esta dissertação objetiva analisar as repercussões sobre as relações pessoais, o trabalho e o binômio saúde-doença determinados pela disponibilidade a que servidores públicos federais foram submetidos, durante o governo Collor (1990-1992). A opção foi pela modalidade artigo. No texto que o antecede, após introdução, o referencial teórico foi organizado em quatro etapas: a) As relações saúde-trabalho: trabalho, não trabalho, desemprego e o desconhecimento de suas consequências no período Collor; b) O contexto neoliberal do período Collor, na cena internacional (cuja influência foi decisiva para as medidas tomadas nacionalmente); c) O processo políticoadministrativo da reforma administrativa, daquele período; e, d) A disponibilidade dos servidores públicos federais. No artigo, são apresentados os resultados de entrevistas e discussões com onze servidores. O único critério utilizado para a escolha dos sujeitos da pesquisa foi seu local de lotação, durante o período de disponibilidade, que foi definido como o estado do Rio de Janeiro. As entrevistas foram previamente agendadas e realizadas em um centro de estudos de um hospital local. Os questionários utilizados nas entrevistas foram elaborados com questões abertas, apresentadas em três tempos: antes, durante e após a disponibilidade. As entrevistas foram realizadas de 01 de julho a 31 de outubro de 2010. A análise qualitativa dos dados utilizou o referencial de Bardin (1977). Os resultados mostraram que os sentimentos preponderantes a afetarem os trabalhadores foram medo, insegurança, baixa autoestima, tipificando processos de violência e assédio moral capitaneados pelo próprio governo. Pôde-se observar destrato por chefes e colegas, pouca participação em movimentos organizados contra a disponibilidade e agregação em busca de locais para trabalhar. No retorno às atividades, os pesquisados foram bem recebidos. Além de efeitos psíquicos, ocorreram possíveis repercussões orgânicas (em especial cardiovasculares e endócrino-metabólicas). Alguns servidores com apoio familiar e social parecem ter tido maior capacidade de lidar com o sofrimento. Com os resultados, pôde-se verificar a necessidade de reforçar o alerta a que medidas de cunho administrativo não possam revogar direitos de servidores, projetando violências e assédios de caráter ilegal impetrados por governos. Cabe ressaltar que os mecanismos legais que inviabilizaram o governo Collor de impor ganhos reduzidos e proporcionais, já não constam de norma, tendo sido modificados ao final da década de 90. |