Estudos epidemiológicos sobre arbovírus em populações rurais e urbanas do Estado do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Davis, Gustavo Henrique Nolasco Grimmer
Orientador(a): Paula, Vanessa Salete de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31059
Resumo: As arboviroses são atualmente reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde como um problema global. A maioria das arboviroses resume-se em afecções com sintomatologias agudas e inespecíficas, como febre, dores de cabeça e dores musculares. Embora sejam auto limitados, tais sintomas geram impactos sociais e econômicos relevantes. No Brasil, as arboviroses provocadas pelos por vírus pertencentes aos gêneros Alphavirus, Orthobunyavirus e Flavivirus são as principais causadoras de surtos ou epidemias. O presente estudo teve como objetivo estudar a circulação dos arbovírus mayaro, vírus da encefalite equina venezuelana, vírus da febre amarela, vírus da encefalite de Saint Louis e vírus oropouche em uma área rural e uma área urbana do Estado do Amazonas, Brasil. Assim sendo, a sorologia para detecção de imunoglobulinas G foi utilizada para avaliar a prevalência de anticorpos contra tais vírus em 335 moradores de uma comunidade rural do Estado do Amazonas e a PCR foi utilizada para avaliar a incidência de tais vírus em 250 amostras coletadas na área urbana de Manaus. Os resultados encontrados para a sorologia sugerem a circulação do vírus mayaro na comunidade rural. A soroprevalência detectada nas amostras foi de 41,5%. Não houve relação estatisticamente significativa de risco para a infecção por mayaro entre os gêneros (p valor=0,7760) ou entre as faixas etárias (p valor=0,9422). A sorologia positiva detectada entre 39 crianças menores de 10 anos indica uma infecção recente. Os fatores de proteção contra a infecção por mayaro detectados foram o uso de mosquiteiro (p valor=0,0119) e a presença de animais no peridomicílio (pvalor=0,0407). Os fatores de risco detectados para a infecção por mayaro foram a localização do domicílio em vilas próximas à floresta (p valor<0,0001) e a presença de toalete dentro ou próximo ao domicílio (p valor=0,0415). Os resultados sorológicos sugerem que a infecção por mayaro ocorreu há menos de 10 anos nas proximidades das residências analisadas. A análise molecular das amostras coletadas na zona urbana de Manaus não detectou fragmentos genômicos de arbovírus. Fatores como baixa viremia no momento da coleta de sangue e estocagem das amostras de soro podem ter contribuído para a não detecção dos fragmentos genômicos. Contudo, o protocolo de detecção de fragmentos genômicos de arbovírus baseado na técnica de PCR está em uso nos centros de pesquisa e vigilância epidemiológica da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas – FMTAM e do Instituto Leônidas e Maria Deane – ILMD/FIOCRUZ.