Distribuição clonal de escherichia coli isoladas em infecções do trato urinário adquiridas na comunidade no período de 2001 a 2009 na cidade de Salvador-Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Barberino, Maria Goreth Matos de Andrade
Orientador(a): Moreira Junior, Edson Duarte
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7314
Resumo: A infecção do trato urinário (ITU) é considerada a segunda infecção mais comum em humanos, estima-se que ocorram cerca de 150 milhões de casos de ITUs por ano no mundo. O aumento das taxas de resistência aos antimicrobianos entre os uropatógenos tem tornado mais difícil o tratamento das ITUs. Objetivo: Determinar a distribuição clonal das cepas de E. coli isoladas em pacientes com ITU adquirida na comunidade de acordo com o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos e avaliar o papel dos grupos clonais na disseminação e persistência da resistência nestas infecções. Métodos: Foram isoladas 874 cepas de E. coli em pacientes com ITU, procedentes de unidades ambulatoriais em três hospitais na cidade de Salvador–Ba, no período de 2001 a 2009. O perfil de susceptibilidade foi determinado por microdiluição em placa (Microscan-Siemens®). Nas amostras selecionadas para genotipagem (n=275), a identificação dos grupos clonais foi realizada pela comparação dos padrões de PFGE, utilizando os critérios de Tenover (1995). Em todas as etapas do estudo foi utilizada como controle de qualidade a cepa ATCC E. coli 25922. Resultado: Entre os antibióticos testados, a maior prevalência de resistência foi encontrada para ampicilina (AMP) (49%), cefalotina (12-33%) e sulfametoxazol-trimetropin (SXT) (36-42%). A taxa de resistência à ciprofloxacina (CIP) variou de 9 a 14%. Na análise da distribuição clonal, segundo os fenótipos de resistência aos antimicrobianos, encontramos maior predomínio de um grupo clonal CgA (63%) entre as cepas consideradas multidroga resistentes. Diferentemente das amostras com algum grau de resistência ou multi-sensíveis, nas quais observamos diversidade clonal. Conclusão: A alta prevalência de resistência a SXT, AMP e cefalotina contraindica o uso destes antimicrobianos no tratamento empírico das ITU adquiridas na comunidade. A taxa de resistência à CIP relativamente alta, alerta para o aumento e disseminação de resistência a este antimicrobiano na comunidade. Isto irá dificultar e onerar o tratamento destas infecções. Observamos a surgimento de um grupo clonal (CgA) no período final do estudo (2008 a 2009) associado às cepas multidroga resistentes. Este achado sugere que a expansão de determinados clones pode ter um papel importante na disseminação de resistência bacteriana em ITUs adquiridas na comunidade.