Análise de Situação de Saúde do assentamento Zumbi dos Palmares - RJ e os desafios ao modelo de atenção à saúde do campo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Castillero, Ivi Tavares Abrahão
Orientador(a): Miranda, Ary Carvalho de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20612
Resumo: O trabalho consiste na análise de situação de saúde do assentamento Zumbi dos Palmares, localizado na região norte do estado do Rio de Janeiro, e aponta os desafios ao modelo de atenção à saúde do campo. A análise tem como alicerce o trinômio estratégico ‘informação-decisão-ação’, que possibilita a informação dos problemas de saúde e potencialidades para prevenção, recuperação e promoção de saúde. Também impulsiona tomada de decisões e define estratégias de ação com metodologias participativas. Para isso, foram realizados grupos focais no assentamento com assentados, profissionais de saúde e movimentos sociais. Os resultados apontam que o assentamento é palco de conflitos socioambientais e a determinação do processo saúde-doença está fortemente relacionada ao modelo de desenvolvimento apontado para a região norte do estado do Rio de Janeiro. O assentamento apresenta dificuldades estruturais e ambientais, como transporte inadequado, estradas em péssimas condições e água salinizada, além de fragilidade organizativa, favorecendo a vulnerabilidade deste território. Os principais problemas de saúde são as doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão, diabetes, problemas neuromusculares e neuropsiquiátricos), como também os acidentes de trabalho, intoxicações por agrotóxicos, casos de violência, medo pelas ameaças devido aos conflitos locais e acidentes de trânsito. As práticas de saúde realizadas, em geral, estão focadas nas doenças, porém também ocorrem práticas relacionadas à prevenção. Como exemplos, as experiências agroecológicas – que recuperam solos, biodiversidade e relações de trabalho – atividades com arte e música, oficinas de produtos fitoterápicos, diferentes formas de cooperação e atividades dos movimentos sociais. As ações concretizadas durante o período de pesquisa enfocaram as políticas públicas. Diante da situação de saúde do assentamento, a pesquisa mostra que os atores sociais utilizam estratégias de intervenção populacional, direcionadas para ações na coletividade, porém também individuais e mais focadas no risco. Todas têm um papel importante, porém limitado. Como soluções para adequada atenção à saúde dessa população propõem-se, principalmente, adequação aos problemas do território, ações intersetoriais, fortalecimento dos movimentos sociais, troca de saberes no cuidado em saúde e implantação da Estratégia Saúde da Família a partir da realidade dos problemas e potencialidades locais.