Saúde do Campo no assentamento Tiradentes, em Mari, na Paraíba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Camila Goes da
Orientador(a): Bravo, Maria Inês Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24094
Resumo: Esta pesquisa investigou a saúde no assentamento Tiradentes, vinculado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e localizado na cidade de Mari, na Paraíba. A partir de uma concepção de saúde ampliada, os componentes constitutivos da saúde no assentamento foram identificados, priorizados, investigados e analisados. A pesquisa consistiu num estudo de caso e teve o materialismo histórico e dialético como fundamentação metodológica. A dissertação inicia com a revisão bibliográfica dos termos que compõem a Saúde do Campo: a história do conceito de saúde no ocidente; a construção do termo “do campo” pelo setor de educação do MST; a trajetória da temática da saúde no MST e sua relação com o coletivo de saúde e enfim, uma breve sistematização das políticas públicas de saúde para a população do campo, no Brasil. Em seguida, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a questão agrária, a luta pela terra e a trajetória do MST, na várzea da Paraíba, região onde está localizado o assentamento Tiradentes. A história e organização desta comunidade também foram revisadas e sistematizadas. Então, focou-se na investigação e análise da saúde do assentamento Tiradentes, desde a sua ocupação até abril de 2016. Os dados foram coletados através de análise documental, observação participante e entrevistas semiestruturas com assentados que eram lideranças locais ou usuários do SUS, profissionais da ESF e representantes da gestão municipal. As condições de vida e saúde do período de acampamento e do assentamento foram sistematizadas, identificando que o acesso a terra foi o principal determinante na melhoria de saúde da comunidade. Realizou-se um resgate histórico da luta travada pelos assentados em busca do direito à saúde. A ESF foi a principal política pública de saúde identificada no território, no entanto, com grande dificuldade de acesso, resolutividade, equidade e integralidade. Por fim, as práticas populares de cuidado foram destacadas, em especial, as plantas medicinais; pelo papel destacado que desempenham na assistência à saúde da população do campo, apesar da indiferença e discriminação dos profissionais de saúde e do poder público. Concluiu-se que esta é uma experiência praxiológica de Saúde do Campo, construída pelo MST e seus militantes, mas que ainda enfrenta muitas limitações e dificuldades, que só poderão ser sanadas numa conjuntura de luta do conjunto da classe trabalhadora do campo e da cidade.