Resumo: |
Introdução: A violência, em todas as suas tipologias, é uma questão sensível de saúde pública no Brasil e no mundo. A violência autoprovocada é considerada uma lesão em que a pessoa inflige a si mesma, e pode ocorrer como comportamento suicida ou autoagressão. A Organização Mundial da Saúde indica que o suicídio é segunda causa de morte no mundo e a quarta causa de morte no Brasil, na faixa etária juvenil. Objetivo: analisar a situação de violência autoprovocada meio rural e urbano, na faixa etária entre 15 e 29 anos, no estado do Rio Grande do Sul (RS). Metodologia: trata-se de um estudo descritivo, que analisou as variáveis relacionadas ao ano de notificação, idade, sexo, município de residência, raça/cor, escolaridade, situação conjugal, orientação sexual, identidade de gênero, local de ocorrência, violência de repetição, meio de agressão, níveis de atenção e a classificação do IBGE 2017 das tipologias dos espaços: rural adjacente, rural remoto, intermediário adjacente e intermediário remoto. No período compreendido entre 2014 a 2018 no estado do RS. Resultados: foram identificadas 25.114 notificações de violência autoprovocada, e destas, 10.206 (40%) na faixa etária entre 15 a 29 anos. Identificou-se que nos municípios enquadrados na tipologia urbana há necessidade de avançar na identificação e no registro da violência entre jovens, tendo em vista que a captura do fenômeno prepondera na atenção terciária e permanece quase que invisível na atenção primária. Em consonância, os municípios na tipologia rural demonstram a importância da notificação de violência na atenção primária e da qualidade do registro. Urge nesse sentido a necessidade de sensibilizar as escolas e espaços de vivência cotidiana dos jovens como indispensáveis na rede de cuidado e de enfrentamento da violência autoprovocada. Conclusão: Entende-se que este estudo possa reforçar as abordagens de enfrentamento da violência no estado e dar subsídios para as políticas públicas vigentes, nas diferentes áreas envolvidas como saúde, assistência social, educação e segurança e que seja fomentador de debates e de análises tanto na comunidade acadêmica como na sociedade civil, e desta forma, contribuir na melhoria do processo de vigilância em saúde e educação em saúde e, por fim, na promoção da cultura de paz. |
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