O Tempo até o atendimento como um fator de prognóstico em pacientes com acidente vascular encefálico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Figueirôa, Frederico Luiz da Silva
Orientador(a): Andrade Filho, Antônio de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34623
Resumo: Diversos tratamentos têm sido propostos para a fase aguda dos AVEs, muitos dos quais não mostraram beneficios na prática clínica o que pode estar relacionado a uma janela terapêutica estreita do próprio AVE. O objetivo deste estudo foi avaliar se o intervalo de tempo até o atendimento inicial interfere no prognóstico de pacientes com AVE. Foram selecionados pacientes na fase aguda do AVE internados num hospital da rede privada de Salvador, Bahia, acompanhados até o final da internação hospitalar, o prognóstico foi analisado pela escala de Rankin Modificada, categorizado em evolução boa com escores o a 2 e evolução ruim, escores 3 a 6. A análise comparou os pacientes de acordo com o tempo para o atendimento em até 3, 6 e 12 horas e de acordo com o tempo para avaliação com o neurologista em até 6 e até 1 2 horas. As proporçôes de boa evolução foram comparadas entre as categorias e o tempo como variável contínua foi comparada através do teste de Mann-Whitney entre os grupos com evolução boa e ruim. De uma amostra de 1O1, 88 pacientes completaram o acompanhamento, 61 por cento eram mulheres, 74 por cento com mais de 60 anos de idade, o intervalo de tempo médio até o atendimento foi de 6,9h, com mediana em 3,3h, intervalo interquartil de 1 a 9h, o tempo para avaliação pelo neurologista médio foi de 11,2 h, mediana em 7h, intervalo interquartil de 2,3 a 1 8h. A proporção de pacientes com bom prognóstico foi idêntica (40 por cento) entre os atendidos antes e após 6 horas, similar entre os atendidos antes e após três horas (44 por cento versus 38 por cento), entre os avaliados pelo neurologista em até 6 horas ou mais de seis horas (46 por cento versus 43 por cento) e entre os avaliados antes e após 12 horas (41 por cento versus 48 por cento). Análise multivariada com modelo de regressão logística utilizando a severidade do quadro como co-variável não evidenciou efeito significativo do tempo para o atendimento no prognóstico. A análise pelo teste de Mann-Whitney mostrou médias semelhantes do tempo para o atendimento entre os pacientes com evolução boa ou ruim. Outros fatores influenciaram o prognóstico como a severidade do quadro inicial (analisada pela Escala Neurológica Canadense), a presença de distúrbio motor, complicações clínicas, pneumonia e a internação em UTI. Conclui-se dos resultados que tempo para o atendimento inicial e o tempo para avaliação pelo neurologista não interferiram no prognóstico na fase hospitalar dos pacientes com AVE.