Estudo de doenças infecciosas no período colonial brasileiro: abordagens paleoparasitológicas e paleogenéticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Lucélia Guedes Ribeiro da
Orientador(a): Mayo Iñiguez, Alena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48890
Resumo: A avaliação da presença de parasitoses em populações antigas, seja por meio de abordagens paleoparasitológicas ou paleogenéticas, permite o estudo da origem e dispersão de parasitos, assim como a determinação da epidemiologia molecular no passado. No trabalho apresentado foram estudadas questões específicas a tuberculose, sífilis e parasitoses intestinais no período Colonial Brasileiro. A tese está no formato \201Ccoletânea\201D e são apresentados 2 artigos publicados e 1 submetido a publicação. No primeiro artigo, foi abordada a presença da infecção pelo Complexo Mycobcaterium tuberculosis (MTC) em nativos da população Tenetehara-Guajajara, no Estado do Maranhão, que apresentavam lesões paleopatológicas sugestivas de tuberculose. A genotipagem das cepas de MTC identificadas, apontou para a influência de Africanos ou Europeus na disseminação da infecção no Brasil. Este é o primeiro registro da infecção em ameríndios nativos do período pós-contato. No segundo artigo foi reportado o sucesso na detecção de aDNA de T. pallidum em remanescentes humanos provenientes de 2 sítios arqueológicos do período histórico Brasileiro, Igreja Nossa Senhora do Carmo e cemitério Praça XV. O resultado foi atribuído aos critérios adotados baseados na fisiopatologia da T. pallidum, e nos dados epidemiológicos da população do estudo. aDNA de T. pallidum foi detectado em 2 indivíduos, e em um deles, o diagnóstico de sífilis foi sugerido. No terceiro artigo, a aplicação de análises paleoparasitológicas e paleogenéticas em remanescentes humanos do sítio arqueológico cemitério dos Pretos Novos (CPN), Rio de Janeiro, permitiu estudar a infecção por helmintos intestinais. Mesmo trabalhando com ossos submetidos à queima como procedimento do CPN e terem passado por processo de curadoria no Instituto de Arqueologia Brasileira, foi possível a detecção de T. trichiura e Ascaris sp. Considerando que o propósito do CPN era depositar corpos de Africanos escravizados que morriam assim que chegavam ao Brasil, se sugere que estas infecções foram trazidas da África para o Brasil durante o período Colonial.