Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Lucélia Guedes Ribeiro da |
Orientador(a): |
Iñiguez, Alena Mayo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36223
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Resumo: |
Objetivos: Verificar a presença de treponematoses através da análise paleogenética em remanescentes humanos dos séculos XVII ao XIX da cidade do Rio de Janeiro. Avaliar o diagnóstico molecular de Treponema pallidum em soros de indivíduos positivos para sífilis, assim como determinar o perfil parasitológico destes pacientes. Metodologia: A análise paleogenética de Treponemas foi aplicada em 48 indivíduos provenientes dos sítios arqueológicos Igreja Nossa Senhora do Carmo (INSC) e Cemitério da Praça XV (CPXV), datados dos séculos XVII ao XIX. Material ósseo, constituído principalmente de fragmentos de crânio, foi selecionado para a análise paleogenética que seguiu estritamente os procedimentos de estudos de aDNA. Foi realizada extração de aDNA seguida de hibridização de aDNA em membrana de nylon pelo método de Dot Blot, incluindo controles negativos (DNA humano) e positivos (DNA de cepas referências de T. pallidum, Nichols (T. p. ssp. pallidum) e CDC2 (T. p. ssp. pertenue). Aplicou-se a técnica molecular para detectar a presença de Treponemas com 3 alvos moleculares para T. pallidum, 47KDa, DNA Pol A e 15KDa. A eficiência de detecção molecular de T. pallidum foi previamente avaliada pela técnica de PCR em cepas referências Nichols e CDC2, e em 18 amostras de soro de pacientes com sífilis atendidos em Unidades de Saúde do Rio de Janeiro. O diagnóstico molecular de treponematoses em soros foi avaliado pela técnica de PCR e adicionalmente, registros de pacientes com sífilis foram analisados para avaliar o perfil parasitológico dos mesmos. Resultados: Na análise paleogenética, foi detectada a infecção por Treponema sp. em 7/22 (31,8%) dos indivíduos do sítio arqueológico INSC, 4 (18%), 5 (22,7%) e 12 (54,5%) para os alvos 47KDa, DNA Pol A e 15KDa, respectivamente. No sítio arqueológico CPXV, a positividade para Treponema foi observada em 8/26 (30,7%) indivíduos, 8 (30,7%), 3 (11,5%) e 2 (7%) para os alvos 47KDa, DNA Pol A e 15 KDa, respectivamente. Todos os controles de hibridização, negativos e positivos, demostraram os resultados esperados. A avaliação da detecção molecular em soros de pacientes com sífilis revelou positividade em 12/18 (66,6%), com 8 (44,4%), 5 (27,7%) e 4 (22,2%) indivíduos positivos para os alvos 47KDa, DNA Pol A e 15KDa, respectivamente. A análise do perfil parasitológico de indivíduos com sífilis não pode ser conduzida pela ausência ou escassez de solicitações para os soropositivos. Em pacientes atendidos no Hospital Universitário Pedro Ernesto, 6/62 (9,6%) exibiram pedidos de pesquisa parasitológica no período de 2008-2013, e 3 (50%), 2 (33,3%) e 1 (16,6%) foram positivos para Giardia lamblia, Strongyloides stercoralis e Ascaris lumbricoides, respectivamente. No Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria apenas 1/50 (2%) apresentou pedido para exame parasitológico, sendo positivo para Iodamoeba bustchilli. Conclusões: A infecção por T. pallidum foi detectada em indivíduos do período histórico da cidade do Rio de Janeiro. A prevalência da infecção por T. pallidum foi similar em ambos os sítios arqueológicos independentemente das diferentes etnias e níveis socioeconômicos distintos característicos das populações enterradas nos dois sítios do estudo. A técnica de hibridização de aDNA com os 3 alvos moleculares mostrou ser eficiente na detecção de treponematose em material ósseo. Os alvos moleculares aplicados são sensíveis para detectar DNA de T. pallidum em pacientes com titulação sorológica até 1:8 e em soros fracamente reatores. A frequência de pedido de pesquisa parasitológica varia de 2 a 10%. |