Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Mariano, Lívia Lacerda |
Orientador(a): |
Silva, Patricia Machado Rodrigues e |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18068
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Resumo: |
A silicose é uma doença inflamatória pulmonar, de caráter ocupacional, causada pela inalação de partículas de sílica, sendo caracterizada por marcada inflamação e fibrose, e para qual não há tratamento até o momento. A lidocaína é um anestésico local que possui atividade anti-inflamatória conforme já demonstrado em processos de natureza alérgica. Neste estudo buscamos avaliar o efeito do tratamento com lidocaína sobre a silicose experimental murina. Para tanto, camundongos Swiss-Webster foram instilados, por via intranasal, com partículas de sílica (0,5 \2013 10 \03BCm) e as análises realizadas em diferentes tempos após o desafio. A lidocaína foi administrada sob forma de aerossol, em doses diárias de 1 e 2%, por sete dias consecutivos, iniciando-se 6 horas (fase inicial) ou 21 dias (tardia) após a instilação de sílica. Verificamos que os camundongos silicóticos apresentaram comprometimento da função pulmonar (aumento de resistência das vias aéreas e elastância pulmonar) e hiper-reatividade frente à metacolina. Observamos uma correlação temporal com a ocorrência de alterações morfológicas como infiltrado inflamatório, com presença de células F4/80 positivas (macrófagos), produção de citocinas e quimiocinas (CXCL2/MIP-2, CXCL-1/KC, TNF-\03B1 e IFN-\03B3), progressiva fibrose e marcada formação de granulomas durante o curso da doença O tratamento com lidocaína, na fase inicial, foi capaz de inibir as alterações de função pulmonar, infiltrado de macrófagos, produção de citocinas e a resposta fibrótica, tanto em 7 como em 28 dias após instilação da sílica. De forma contrária, a administração da lidocaína na fase tardia (21 dias) falhou em causar alteração ou reversão dos parâmetros analisados. Adicionalmente, demonstramos que a lidocaína foi capaz de inibir a produção de TNF-\03B1 por macrófagos alveolares (linhagem AMJ2C11) estimulados com sílica in vitro. Ademais, utilizando macrófagos derivados de medula óssea, diferenciados in vitro para os fenótipos M1 (próinflamatório) e M2 (anti-inflamatório), verificamos que apenas o subtipo M1 mostrou-se sensível ao tratamento com lidocaína, conforme atestado pela redução dos níveis de citocinas liberadas (TNF-\03B1 e IL-1\03B2). Em conclusão, nossos resultados mostram que o tratamento com a lidocaína se mostrou eficiente em interferir somente com a fase de instalação da silicose, falhando quando administrada na condição do quadro fisiopatológico estabelecido. Isto pode ser atribuído, pelo menos em parte às propriedades anti-inflamatórias da lidocaína, conforme demonstrado pela inibição da atividade secretora de macrófagos possuidores de perfil próinflamatório (M1) |