Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Paulo Henrique de |
Orientador(a): |
Mattos, Inês Echenique |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2509
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Resumo: |
Introdução: O rápido processo de envelhecimento populacional brasileiro tem conduzido ao aumento do quantitativo de idosos na população e, como conseqüência, maior prevalência de doenças crônicas e a necessidade de medidas preventivas, para a redução das suas complicações, de forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida a esse grupo populacional. No Brasil, a procura por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) vem aumentando e a dependência do idoso no ambiente familiar, por incapacidades funcionais e/ou mentais, é um fator que contribui para a institucionalização. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional e o déficit cognitivo em idosos institucionalizados de Cuiabá, Mato Grosso, e identificar fatores relacionados a essas condições. Metodologia: Foi realizado um estudo epidemiológico seccional com 154 indivíduos de 60 ou mais anos de idade, residentes em três ILPI da cidade. Os dados do estudo foram coletados através de entrevista com os idosos e complementados, por informações de prontuários e da equipe técnica e administrativa das instituições. Foi utilizado um instrumento de coleta de dados, contemplando variáveis como características sócio-demográficas e de apoio social, tempo de institucionalização e relativas à saúde. Realizou-se análise descritiva através de distribuições de freqüência e de medidas de tendência central e dispersão. Estimou-se a prevalência de dependência em Atividades da Vida Diária (AVD) segundo as variáveis do estudo e as razões de prevalências para análise dos fatores associados. A regressão de Poisson foi empregada na análise multivariada. Análise similar foi realizada para a dependência em Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD). Considerando o escore do Mini-exame do estado mental (MEEM) como variável de desfecho, foram estimadas as prevalências de déficit cognitivo e respectivas razões de prevalências para verificar possíveis associações. Resultados: A média de idade foi de 77,08 anos (dp 9,2), com mediana de 77 anos e o tempo médio de institucionalização correspondeu a 4,2 anos (dp 6,5), com mediana de 1,9 anos. Eram do sexo masculino 61% dos indivíduos, a maioria tinha idade acima de 70 anos, predominaram os solteiros e escolaridade inferior a 4ª série. A presença de morbidades foi referida por 55,8% dos idosos e o uso de até dois medicamentos ao dia por 63,6%. Entre as morbidades mais relatadas, encontram-se os problemas articulares e oculares com prevalências acima de 30%. A prevalência de dependência em AVD foi de 44,0%. A condição de dependência apresentou associação com todas as variáveis examinadas. No modelo multivariado, ausência de contato com familiares e saúde auto-referida de regular a muito ruim se mostraram associados à dependência e aumentaram em quase duas vezes a probabilidade de apresentar essa condição. A prevalência de dependência em AIVD foi de 88,7%. Sexo feminino, ausência de contato familiar e déficit cognitivo no MEEM estiveram associados à dependência. Presença de déficit cognitivo, ausência de contato familiar e sexo feminino permaneceram no modelo multivariado e aumentaram cerca de uma vez e meia a probabilidade de apresentar essa condição. Entre os idosos avaliados pelo MEEM (102), a prevalência de déficit cognitivo foi de 23,8%, tomando como base o percentil 25 da distribuição dos escores da amostra. Foi observada associação do e déficit cognitivo com escolaridade (analfabetos RP=3,39) e tempo de permanência na instituição (mais de 5 anos RP=2,32). Sexo, idade e estado conjugal também se mostraram associadas a essa condição. Conclusão: Neste estudo foi observado que a maioria dos idosos institucionalizados apresentava envelhecimento mal sucedido, caracterizado por comorbidades e dependência para realizar as atividades básicas e instrumentais da vida diária, além de déficit cognitivo. Há necessidade de realização de estudos longitudinais que avaliem fatores de risco para dependência, durante o envelhecimento, de modo a facilitar o planejamento de estratégias de promoção de saúde e de prevenção das incapacidades. As ações a serem planejadas devem visar à garantia da independência e maior qualidade de vida do idoso. Considerando ser essa uma população bastante diferenciada, com características de baixa escolaridade, alta prevalência de incapacidade e escassa rede de apoio social, existe também necessidade de outras investigações para estabelecer o ponto de corte mais adequado do MEEM para a triagem de déficit cognitivo nesse grupo. |