Prevalência de depressão, ansiedade, estresse e alterações cognitivas em pacientes mulheres infectadas pelo HIV-1 em um hospital geral na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gualqui, Carolina Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-16082022-111743/
Resumo: Introdução: Atualmente metade da população mundial vivendo com HIV é composta por mulheres. Independentemente do sexo, estima-se que 15% a 50% das pessoas infectadas tenham algum nível de transtorno cognitivo associado ao HIV (HAND). Objetivo: Avaliar a frequência de depressão, ansiedade, estresse e alterações cognitivas em pacientes mulheres portadoras do HIV encaminhadas pelo Ambulatório de Imunodeficiências Adquirida (ADEE 3002) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo HC FMUSP. Metodologia: Foi realizado um estudo de delineamento transversal do tipo descritivo. A amostra foi composta por 46 mulheres vivendo com HIV (MVHIV), valor que corresponde a 43,4% de todas as pacientes em seguimento ativo. Foi utilizado um questionário estruturado para a coleta dos dados sociodemográficos e clínicos, além de escalas de humor e uma bateria neuropsicológica abrangente. Para classificação da HAND foi utilizado os critérios de Frascati sendo eles Alteração Neurocognitiva Assintomática (ANI), Comprometimento Neurocognitivo Leve (MND) e Demência Associada ao HIV (HAD). Resultados: A média de idade das participantes foi de 48 anos (DP= 8,9) e escolaridade média de 11 anos (DP= 3,0). O diagnóstico de HIV ocorreu há mais de 10 anos para 81,4% (n=35) da amostra, e a principal forma de transmissão do vírus foi através do mecanismo sexual (n= 37; 86%). 26 (56,5%) das MVHIV avaliadas não apresentaram alteração cognitiva, 18 (39,1%) apresentaram HAND, sendo 10 (21,7%) a forma ANI, 7 (15,2%) a forma MND e 1 (2,2%) a forma HAD. Somente 2 mulheres (4,4%) apresentaram alterações não relacionadas a infecção pelo HIV, sendo uma com histórico de uso abusivo de drogas e outra apresentou episódio de depressão grave. Foi observado a presença de sintomas ansiosos em 17 (39,5%) delas, 13 (30,2%) relataram sintomas depressivos, 7 (16,3%) apresentaram a forma moderada de estresse e 7 (16,3%) a forma grave. Houve significância estatística entre os grupos de HAND na maioria dos instrumentos neuropsicológicos utilizados, com prejuízo acentuado principalmente no funcionamento intelectual e na memória (p<0,001). Discussão: Identificamos uma alta prevalência de HAND (40%) em mulheres clinicamente controladas, com boa adesão ao tratamento e carga viral indetectável, sendo necessário mais estudos que possam identificar preditivos de risco para declínio cognitivo nesta população