Transtornos Neurocognitivos: conceitos, comparação entre critérios diagnósticos e acurácia de testes neuropsicológicos em uma amostra de idosos da comunidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pessoa, Rebeca Mendes de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-16102019-102814/
Resumo: INTRODUÇÃO: A demência ou transtorno neurocognitivo maior (TNM) é uma síndrome clínica, que cursa com deterioração dos domínios cognitivos, alterações de comportamento e prejuízo funcional. Com o lançamento da 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), em 2013, mudanças importantes ocorreram nos critérios diagnósticos dessa síndrome. Dentre as alterações, podemos citar a utilização de testes neuropsicológicos para documentar o prejuízo cognitivo, em conjunto com a avaliação clínica, e a necessidade de declínio substancial em apenas um domínio cognitivo. Surge, portanto, um transtorno mais amplo, sendo ainda impreciso o impacto que essas mudanças gerarão na prevalência dessa patologia, principalmente quando se considera a população de países de baixa renda. OBJETIVOS: Foram realizados três estudos com os seguintes objetivos: 1) Realizar uma revisão narrativa da história e conceitos atuais dos transtornos neurocognitivos, 2) Comparar os critérios do DSM-5 e do DSM-IV para o diagnóstico de demência em idosos residentes em uma comunidade e 3) Avaliar a acurácia dos testes neuropsicológicos para transtornos neurocognitivos em uma população de baixa escolaridade. MÉTODOS: Os estudos clínicos foram realizados em idosos residentes em uma área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família na cidade de São Carlos, no estado de São Paulo. Cinco gerontólogos foram responsáveis pela aplicação dos testes neuropsicológicos, e os participantes também foram avaliados por psiquiatras em seus domicílios. A amostra total avaliada foi composta por 282 participantes, e variaram em cada estudo de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. RESULTADOS: No primeiro estudo, ficaram evidentes as recentes mudanças nos critérios diagnóstico, o alto impacto socioeconômico e a necessidade de medidas de promoção de saúde e prevenção do TNM. No segundo estudo, a prevalência de demência e do transtorno neurocognitivo maior foi 6.2% (95% IC=3.4, 10.4%) e 8.1% (95%IC=4.8, 12.7%),respectivamente, com uma concordância entre os critérios do DSM-IV e do DSM-5 de 94.9%. No terceiro estudo, a prevalência de TNM no grupo analfabeto foi 19,3% (n=12), e no grupo de baixa escolaridade, a prevalência foi de 10,6% (n=16). O MEEM foi o teste neuropsicológico com melhores valores de sensibilidade e especificidade para discriminar idosos com e sem transtorno neurocognitivo, tanto para idosos analfabetos como de baixa escolaridade. Quando analisado as áreas sob a curva ROC, ficou evidente que os testes neuropsicológicos apresentaram uma menor acurácia quando aplicados em idosos analfabetos com relação a amostra com um a quatro anos de escolaridade. CONCLUSÕES: Com relação a mudança dos critérios diagnósticos para TNM, a prevalência de demência possivelmente não será substancialmente afetada. Entretanto, deve-se ter cautela ao aplicar testes neuropsicológicos em uma população idosa de baixa escolaridade como rastreio de transtornos neurocognitivos das mais diversas gravidades. Futuros estudos com amostras maiores parecem ser oportunos